Com a confirmação da cassação da prefeita de Candeias pelo TRE, assumirá o cargo de prefeito o vereador Sargento Francisco. E mesmo sendo do PMDB, o vereador há muito vem mostrando independência política em relação à gestão. Francisco foi acusado pela prefeita de ser um traidor, por ter colocado as contas da prefeita em votação que cassou seus direitos políticos por oito anos. A prefeita teria confidenciado a auxiliares que o vereador poderia ter segurado a votação. O Edil respondeu na época que cumpriu seu dever de parlamentar.

O Rompimento político com a prefeita começou a repercutir no ultimo mês, quando em entrevista, Francisco afirmou que a gestora teria feito uma péssima escolha quando anunciou o secretário de serviços Públicos, Carlos Serravalle, como candidato dela. “Ela deve ter visto inúmeras qualidades nele, que só ela sabe dizer” ironizou o vereador. E afirmou que seguiria com o melhor candidato a gerir a cidade, dando a entender que não seria o Carlos Serravalle.

Aproximação com o PT

Mesmo o vereador estando bem à frente de Carlos Serravalle nas pesquisas de intenção de votos, a prefeita deu de Ombros para a pesquisa que colocava Francisco como o melhor candidato do seu partido. Ao ser preterido, Francisco passou a repensar se valeria à pena continuar no grupo político.

Como Serravalle não pontua nem com 5% dos votos, o líder do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, teria dado um ultimato à prefeita, que se caso o candidato não chegasse a 20% dos votos em maio, o mesmo iria dar o comando do partido para a ex-prefeita que ajudou a derrotar, Tonha Magalhães.

Segundo os rumores políticos, o vereador que pode assumir a prefeitura, não teria aceitado o convite feito por Geddel para compor a chapa da ex-prefeita Tonha do PR num acordo que passaria pelo apoio do PR ao PMDB na eleição de Salvador. Geddel teria ouvido do vereador que não se aliaria de forma nenhuma com a ex-prefeita, com quem tem sérias restrições e denunciou a maioria dos processos que ela responde na Justiça.

O PT estadual enviou no último fim de semana, emissários políticos para conversar com o vereador e propor que o mesmo assuma a prefeitura, mesmo que isso implique na condição de não poder ser candidato a vereador, já que assumindo o mandato de prefeito, o vereador ficaria inelegível.

Os emissários tentaram então convencer Francisco de que o mesmo não teria legenda caso o PMDB fosse para as mãos de Tonha e que sua reeleição a vereador que seria garantida, ficaria prejudicada. O vereador sempre firme em suas posições teria dito que, caso o PMDB fosse para as mãos de Tonha, ele mesmo não aceitaria ser candidato numa chapa que sempre combateu.

Ele sinalizou aos emissários que acredita que a melhor chapa para a cidade de Candeias, seria a comanda pelo candidato do PT Carlos Martins, já que o mesmo teria o melhor credenciamento para “desfazer o desastre feito pela prefeita e seu secretário Serravalle”, teria afirmado o vereador.

Os emissários do PT saíram entusiasmados com a coerência do vereador que passou a ser chamado de “homem de palavra” pelos petistas.

Gestão Compartilhada

Francisco foi convidado a fazer uma “gestão compartilhada”, ao assumir a prefeitura e governar com o apoio do governo do Estado. Para isso, Francisco se desfiliaria do PMDB e iria para um partido da base do governo do Estado.

Os emissários esconderam de nossa reportagem qual teria sido a resposta de Francisco, mas nos corredores da Câmara Municipal a noticia teria tido boa repercussão entre seus auxiliares. “Seria a melhor forma de o vereador dar a volta por cima e mostrar a Candeias, que ele não compactou com esse governo. Ele se manteve fiel por causa da fidelidade partidária, mas a prefeita parece que não sabe o que é fidelidade política” disse um assessor.

A “gestão compartilhada” contaria com secretários indicados pelos partidos que apoiariam a candidatura de Martins. Nesta composição, ao apoiar a eleição de Martins, Francisco teria duas secretárias no próximo governo e repavimentaria a sua volta à Câmara de Vereadores em alto estilo.

O vereador pediu aos emissários as garantias de que sendo bem avaliado como prefeito até o fim dessa gestão, se receberia o apoio do PT em troca na sucessão de Martins. Francisco se filiaria ao PT e seria o candidato de Martins ao fim de sua gestão. É pagar para ver. A nossa reportagem tentou confirmar o encontro e as afirmações do vereador, mas não conseguiu contato com o mesmo.