O pagamento integral das duas classes de Gratificação de Atividade Policial (GAP IV e V) até o fim de 2013 é a única reivindicação que separa os policiais militares da Bahia da volta às atividades. Pelo menos foi o que garantiu o soldado Ivan Carlos Leite, que integra a comissão reivindicatória da categoria.

“Gostaríamos de ter a polícia de novo nas ruas. Mas, infelizmente, a categoria não aceita a proposta do governo (de escalonamento das gratificações, com pagamento da GAP IV, a partir de novembro deste ano, e da GAP V, até 2015)”, confirmou Leite, que estava entre os manifestantes que ocupavam o prédio da Assembleia Legislativa desde a semana passada.

Os grevistas querem que a GAP IV seja paga totalmente em 2012 e a GAP V em 2013. “Aceitamos até que o pagamento seja diluído, mas que não passe deste prazo. O pagamento cumpre uma lei aprovada há 15 anos”, completou o soldado. Uma nova assembleia com a categoria está marcada para as 16h de hoje, no mesmo Ginásio do Sindicato dos Bancários, na Ladeira dos Aflitos, em que foram realizadas assembleias anteriores (a última nesta quinta).

Ao final deste encontro, os policiais deixaram o ginásio com cantos de protesto contra o governo. Cerca de 50 deles foram direto para a frente do Quartel do Comando Geral da PM, no Largo dos Aflitos, onde continuaram cantando – mas sem provocar tumultos.

Após a assembleia desta quinta, o soldado Leite (lotado na 14ª Companhia Independente, no Lobato) confirmou que a revogação dos mandados de prisão contra Marco Prisco, que estava à frente do movimento paredista, e de outros 12 policiais e ex-policiais, já não é mais uma exigência para o fim da greve.

“Mas é um desejo nosso ver Prisco e os companheiros livres, e seria até bom senso do governo deixá-los livres. Eu mesmo não vi qualquer documento referente a esses mandados que o governo disse existir. Toda a tropa está chateada com isso”, falou.

Governo – O governador Jaques Wagner voltou a fazer um apelo aos militares baianos paralisados para que retornem ao serviço imediatamente. Wagner falou em boa vontade e da necessidade de que o Estado retome à normalidade.

“Estou tranquilo e disposto a continuar me empenhando para melhorar as condições de trabalho dos policiais baianos em todo o Estado”, disse o governador, voltando a destacar que a população baiana, que vem sendo prejudicada pela greve, precisa retomar a sua rotina.