A delegada titular da 18ª Delegacia Territorial de Camaçari, Thais Siqueira, concedeu entrevista exclusiva ao radialista Roque Santos, ontem (29), no programa Bahia no Ar. A delegada informou que o inquérito policial sobre a tragédia que matou 10 pessoas e deixou outras 13 feridas na farmácia Pague Menos em 23 de novembro de 2016, no Centro de Camaçari, foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), na última sexta-feira (24).

De acordo com Thais Siqueira, o inquérito possui mais de 300 páginas e após quatro meses de investigações, oito pessoas foram indiciadas, inclusive um dos sócios da Pague Menos, gerente e supervisor regional. “O crime foi por homicídio por dolo eventual (quando, embora não haja a intenção de matar, assume o risco de produzir um resultado, ao realizar determinado ato)”, afirmou a titular da 18ª DT.

Os proprietários da empresa que realizava serviço no ar condicionado da farmácia também foram indiciados por crime doloso. Apenas, dois funcionários da empresa que fazia serviço no ar condicionado foram indiciados na forma culposa (quando, é realizado um ato com imprudência e não tem a intenção de matar).

Os acusados vão responder pelo homicídio de 10 pessoas e nove tentativas de homicídio, pois, apenas nove vítimas que se feriram na tragédia compareceram à delegacia para prestar depoimento.

“Não tem como dizer que foi apenas um acidente, a perícia foi muito conclusiva nesse sentido. A empresa da farmácia apresentou uma perícia particular e teve a perícia do Estado. O Estado falou que a causa mais provável seria uma explosão, seguida de incêndio e desmoronamento da laje, mas independente da causa, se foi primeiro um incêndio para depois o desmoronamento, o fato incriminador é que independe dessa ordem cronológica, a farmácia não poderia estar aberta”, enfatizou a delegada.

Segundo a titular da 18ª DT, os funcionários teriam informado diversas vezes à gerencia sobre os riscos do serviço durante o horário de expediente e relataram problemas como a produção de faíscas no local.

Thais Siqueira também lembrou que os alvarás da farmácia estavam regulares e destacou que na época circulou na imprensa que um senhor teria informado à Prefeitura sobre os riscos, mas essa pessoa não compareceu a delegacia. “Se o Ministério Público entender que deverá ter mais diligências, esse inquérito retorna”, afirmou.

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