Para dar prosseguimento a um estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), uma equipe da Secretaria do Meio Ambiente, em Curitiba, realizou testes do novo coronavírus (Covid-19) em felinos que vivem no Zoológico Municipal. A pesquisa visa aprofundar as informações sobre como o vírus causador da doença se manifesta em felinos selvagens e domésticos e, com isso, descobrir se existe a possibilidade de transmissão por meio deles para humanos.

Em todos os animais testados, o resultado para Covid-19 foi negativo, conforme ressaltou a prefeitura. Os exames foram feitos em quatro onças, três gatos do mato, uma jaguatirica, um gato maracajá, um puma, um leão e um tigre.

A gestão ainda informou que os 39 servidores do local também passaram pelos exames e um deles teve resultado positivo para o novo coronavírus. A equipe do ‘zoo’ frisou que o tratador que testou positivo não tinha contato direto com os felinos, e que ele está cumprindo quarentena na casa dele.

“Queremos elucidar se existe o mecanismo de infecção de humanos pelos felídeos, visto que o contrário já sabemos que ocorre, e se esses animais poderiam ser ‘reservatórios’ do novo coronavírus”, pontuou Brenda Winona dos Santos, uma das pesquisadoras envolvidas no estudo.

A coleta do material nos felinos, realizada no fim de junho, reproduziu o protocolo de medidas preventivas feitas no Zoo do Bronx, em Nova Iorque, que detectou a presença da Covid-19 em um tigre de 4 anos. Segundo foi noticiado pelo ‘The New York Times’, essa pode ser a primeira infecção pelo novo coronavírus em um animal nos Estados Unidos (EUA), bem como a primeira em um tigre no mundo.

“Para nós, fica claro que o resultado é consequência das medidas preventivas, tomadas desde o início da pandemia na cidade e da notícia de contaminação do felino em Nova Iorque”, afirmou o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo.

Processo

O professor Alexander Biondo relatou que, por questões anatômicas, a coleta nos felinos é diferente daquela que é feita em humanos (onde é captarado o muco da região nasofaríngea, local que ficam as células olfativas e onde o novo coronavírus costuma se alojar).

No processo de coleta dos animais, os cientistas contaram com a ajuda dos tratadores, o que dispensou necessidade de sedação, reforçou o professor.

Apenas o método de análise foi o mesmo para amostras de pessoas, por meio da busca por material genético do vírus. A única diferença é que a equipe de cientistas precisou dar início à análise logo em seguida da coleta, com o intuito de evitar a degradação do material genético do vírus.

A continuidade da pesquisa consiste na realização de novos testes dos felinos selvagens; o processo é previsto para o segundo semestre.

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