O delegado responsável por investigar a chacina ocorrida em uma festa de paredão em Salvador, no bairro do Uruguai, deu detalhes sobre o caso em entrevista exclusiva ao Bahia No Ar, nesta quinta-feira (14). Delegado Daniel Pinheiro, do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), também opinou que eventos do tipo agravam a questão do tráfico de drogas nas comunidades.

Na ocasião, ele disse que achava ótima a iniciativa do governador Rui Costa (PT) de evitar que este tipo de evento seja realizado. “Eu já vinha disseminando essa ideia havia tempo, porque o fato acontece em áreas de extrema vulnerabilidade, alguns lugares são de difícil acesso e traficantes portam armas ostensivamente”, ele conta.

Daniel Pinheiro também critica as associações que impedem que as festas de paredão sejam barradas sob a alegação de que seria tirado um importante lazer dos mais carentes. “Isso daí não é verdade, aquilo dali só serve ao tráfico de drogas”, destaca. No entanto, em sua opinião, o tráfico de drogas não deve ser tratado como causa, mas sim efeito de uma realidade de falta de formação e educação, que coloca pessoas em situações de vulnerabilidade.

A chacina

Segundo o delegado, muitas vezes as equipes policiais tomam conhecimento de atividades ilícitas em paredões e não podem intervir, temendo que aconteçam trocas de tiros, resultando na morte de inocentes.

Foram justamente pessoas inocentes que acabaram sendo vítimas de disparos de arma de fogo em um confronto entre suspeitos, na última quarta-feira (13). Seis indivíduos morreram e 12 ficaram feridos.

O delegado do DHPP aponta apenas um dos mortos como suspeito, Jailton, mais conhecido como Binho e responsável pelo paredão. A apuração indica que ele se desentendeu com Raul e Cleiton, presos no Hospital do Subúrbio.

Outros dois homens supostamente envolvidos na ação criminosa estão sendo procurados. Seus apelidos são Cherry e Pagoso, que também teriam efetuado disparos de arma de fogo.

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