O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou que o governo federal ofereceu bolsas de estudo em faculdades para “todo mundo” através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Ele argumentou que mesmo pessoas que não tinham a “menor capacidade” e “não sabiam ler nem escrever” foram aprovados nas universidades por causa do programa. 

“Deram bolsa para quem não tinha a menor capacidade. Não sabia ler, escrever. Botaram todo mundo. Exageraram. Foi de um extremo ao outro”, afirmou o ministro.

Segundo o Estadão, Guedes afirmou que o Fies foi um “desastre” e que até o filho do seu porteiro foi beneficiado com uma bolsa de estudo mesmo após ter zerado o vestibular.

O Fies é um programa do governo federal que permite que os estudantes realizem um financiamento para cursarem o ensino superior em universidades privadas.

Essas afirmações do ministro foram gravadas, sem ele saber, em reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu), na terça-feira (27): “O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: parabéns, seu filho tirou…’ Aí tinha um espaço para preencher, colocava ‘zero’. Seu filho tirou zero. E acaba de se endereçar a nossa escola, estamos muito felizes”, afirmou Guedes.

Além do ministro da Economia, participaram da reunião o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, da Justiça, Anderson Torres e os representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Depois de 40 minutos de debate, o ministro da Saúde informou que a reunião estava sendo gravada e Guedes ainda pediu para que o vídeo não fosse publicado. 

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