À frente do comando do 12ª Batalhão de Polícia Militar de Camaçari (BPM), por quase dois anos, o Tenente-coronel Demósthenes Luiz de Souza Pereira foi o entrevistado desta sexta-feira (18), do programa Bahia Alerta, apresentado por Roque Santos. Durante a entrevista, o oficial trouxe o saldo de sua passagem e disparou: “Estive a frente de 18 comandos, mas Camaçari foi a missão mais difícil em 40 anos de polícia militar, por que os olhos da Bahia estão voltados para está cidade. A economia do estado está em Camaçari”.

Na próxima semana, o Coronel estará a frente do Batalhão de Polícia de Guarda. De acordo com as suas declarações, sua transferência aconteceu de modo natural e não sofreu interferências políticas ou administrativas, apenas foi um pedido seu. “Não existe tempo determinado para a permanência a frente de um BPM. Saio com 98% do trabalho que me propus a fazer aqui concluído. Estou saindo por vontade própria”, disse.

Questionado quanto algum tipo de frustração que levaria, o oficial foi rápido em conclamar a sociedade para o trabalho em conjunto com a polícia, pois segundo ele só assim a violência será minimizada e chagará em níveis toleráveis na cidade. “A segurança pública deve ser um trabalho realizado em conjunto com a sociedade, quando o padre, o pastor o marçon forem as ruas discutir drogas e criminalidade”, e completa “Minha frustração é a não participação do Conselho dos Pais e Mestres na discussão da problemática, culpa daqueles que estão a frente da ronda escolar. É falta de compromisso dos dirigentes”, criticou.

Orgulhoso pelo trabalho desenvolvido em Camaçari, o oficial trouxe os dados de sua gestão. “Quando assumi o posto, a cidade só tinha uma viatura. Com o apoio do ex-prefeito Caetano, adquirimos mais carros e hoje o município tem dez viaturas para executar seu trabalho com mais celeridade. Nós prendemos 97 traficantes, abordamos 2.300 estabelecimentos, 780 abordagens a coletivos, 236 pessoas foram presas em flagrante. Um trabalho com saldos positivos em Camaçari”, conta.

O Coronel fez um alerta. Para Demósthenes a criminalidade não diminuirá mesmo com a aquisição de equipamentos mais modernos. “Esta questão não pode ser resolvida pela polícia. O problema da violência em Camaçari é primeiramente de responsabilidade do serviço de inteligência. Quem quer matar, mata! Se o individuo está disposto a cometer assassinatos ele vai esperar o momento certo. E a polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo”, frisou.

Na próxima terça-feira (22), Coronel Demósthenes passará o comando do 12ª BPM para Major Adalberto Piton. A cerimônia de posse será realizada na unidade às 10h. “Piton é um homem dedicado sempre desenvolveu seu trabalho de forma muito bem feita”, declarou o oficial que também aconselhou o companheiro a ter ousadia e ir as ruas. “Polícia tem que ir as ruas, evitar que o pior aconteça, sei que Piton é competente”, finaliza.

Por Giovanna Reyner