Um verdadeiro escândalo na ginástica brasileira foi revelado neste domingo, 29, através de uma reportagem do programa “Fantástico”, da TV Globo, em parceria com o Globoesporte.com.  O programa revelou que 42 ginastas brasileiros alegaram ter sofrido abusos sexuais, físicos e morais cometidos pelo ex-técnico da seleção brasileira Fernando de Carvalho Lopes. Entre as vítimas, está Petrix Barbosa, que foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2011.

Conforme informações do Notícias ao Minuto, Fernando de Carvalho Lopes trabalhou no Mesc (Movimento de Expansão Social Católica), um clube privado que fica em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e por dois anos integrou a comissão técnica da seleção brasileira, tendo treinado nomes como Diego Hypolito e Caio Souza. Ele foi afastado da equipe olímpica um mês antes dos Jogos Rio 2016, logo após ter sido denunciado por um menor de idade.

Segundo a reportagem, Fernando de Carvalho teria praticado crimes de assédio moral, agressão física e abuso sexual por quinze anos, uma vez que o primeiro relato é de 2001 e o último é de 2016.

“O que mais fazia comigo era todo dia tentar molestar, esse sufoco, essa pressão psicológica para um moleque de 10 anos. Banho junto, espiar. Dormir na cama comigo quando eu não queria. Já acordei com ele, não sei quantas vezes, com a mão na minha calça e eu conseguia tirar e dormir porque eu não ficava parado. Teve gente que não conseguiu ter as mesmas reações que eu. E eu não quero que aconteça mais”, relatou Petrix Barbosa, que fez questão de mostrar seu rosto à reportagem.

Há um inquérito na delegacia de São Bernardo do Campo há quase dois anos. O primeiro depoimento dado à Polícia Civil ocorreu em 8 de junho de 2016. A ação corre em sigilo de Justiça, entre um vai e vem da 2ª Vara Criminal do Ministério Público SP para a Delegacia da Mulher, da Criança e do Adolescente (DDM), de São Bernardo do Campo, e não tem previsão de ser finalizada.

Ao todo, os órgãos responsáveis já ouviram 15 testemunhas e precisam ouvir mais 13 pessoas citadas no processo, o que causa ainda mais demora na conclusão.

O termo que se enquadra a ação está no artigo 217 do Código Penal, por “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”. A pena é de oito a 15 anos de prisão para cada vítima citada no inquérito.

Diversos outros relatos foram exibidos durante o programa.  Frnando de Carvalho se defendeu das acusações e afirmou que vai procurar reparação judicial.

“Nunca fui um técnico legal, sempre fui muito rigoroso, eu me achava mais do que um técnico e meu erro pode ter sido confundir o papel de treinador com o de um pai, um amigo. Eu não tenho o que falar (sobre as acusações). Eles vão ter que provar na Justiça. Estou com a minha consciência tranquila”, disse.

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