Depois de mais de 24h do assassinato da menina Agatha Félix, de 8 anos, o governo do Rio de Janeiro, comandado por Wilson Witzel (PSC), finalmente se pronunciou neste domingo (22), em nota. A postagem diz lamentar a morte, que aconteceu após a menina ser atingida por tiro de fuzil da Polícia Militar (PMERJ) enquanto voltava para casa com sua família, e afirmou que os PMs revidaram a uma agressão que sofreram em confronto, reafirmando a versão da PMERJ. Moradores e familiares de Agatha afirmam que não houve troca de tiros.

“O Governo do Estado lamenta profundamente a morte da menina Agatha, assim como a de todas as vítimas inocentes, durante ações policiais. A PMERJ abriu um procedimento para apurar a ação dos policiais no Complexo do Alemão. Na noite de sexta, criminosos realizaram ataques simultâneos em diversas localidades do Complexo do Alemão. Policiais da UPP Fazendinha revidaram à agressão e, após confronto, foram informados por moradores que a menina tinha sido atingida e levada para o Hospital Getúlio Vargas”, diz nota publicada no Twitter.

A versão reforça a posição oficial da Polícia Militar, que afirmou que os oficiais atuaram “em confronto”. Essa declaração já foi contestada por familiares da vítima. No sábado, o avô de Agatha já se antecipou, imaginando qual seria a “versão oficial”. “Vai chegar amanhã e dizer que morreu uma criança no confronto. Que confronto? Confronto com quem? Porque não tinha ninguém, não tinha ninguém. Ele atirou por atirar na kombi. Atirou na kombi e matou minha neta. Isso é confronto? A minha neta estava armada por acaso para poder levar um tiro?”, disse ele.

O governo Witzel ainda afirmou que atua com “inteligência, investigação e reaparelhamento das polícias”, seguindo “protocolos rígidos com a preocupação de preservar vidas”. No entanto, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não vê dessa forma e considera que a política de segurança de Witzel “afronta os parâmetros básicos de civilidade”.

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