Ao menos 281 mortes já foram confirmadas em Moçambique devido à passagem do ciclone Idai pelo sudeste da África, há uma semana. Informações divulgadas pelo governo, hoje (22), dão conta de que, na província de Sofala, pelo menos 200 pessoas perderam a vida em meio ao rastro de destruição deixado pela passagem de um dos mais fortes ciclones a atingir o país em muitos anos. Outros 81 óbitos foram confirmados na província de Manica, na região central.

A buscas aos desaparecidos e o auxílio às comunidades isoladas continuam. Só no distrito de Búzi, em Sofala, mais de 180 mil pessoas foram afetadas pelos fortes ventos, chuvas e inundações que atingiram também a países vizinhos, como Madagascar, Malaui, Zimbábue e a África do Sul. Aproveitando que, em algumas localidades, as chuvas deram uma trégua, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) está usando drones para vasculhar áreas isoladas onde moradores ficaram sitiados.

Parte dos desabrigados estão alojados em centros de acomodação e em escolas onde a todo instante chegam novas famílias. Hoje, o governo moçambicano prometeu que, dentro de, no máximo, 48 horas, abrirá novos centros “para aliviar as salas de aula ocupadas pelas populações que se abrigaram nos estabelecimentos de ensino”.

Casos de cólera têm sido relatados na cidade portuária de Beira, atingida pelo ciclone Idai na semana passada. Por causa disso, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e da Crescente Vermelha (IFRC, na sigla em inglês) expressou em comunicado nesta sexta-feira (22) a preocupação com as equipes de auxílio que estão em Moçambique.

O cólera se espalha pela contaminação de água ou comida por fezes, e surtos podem se desenvolver rapidamente durante crises humanitárias em que os sistemas de saneamento entram em colapso. A doença pode matar dentro de horas, caso não haja tratamento.

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