Neste sábado (6), um galpão no Cais de Santa Rita, no Centro do Recife, recebeu um grafite em homenagem a Miguel Otávio, de 5 anos. O garotinho morreu na terça-feira (2), após cair do 9º andar de um prédio de luxo. A arte foi feita em frente ao Condomínio Píer Maurício de Nassau (que integra o conjunto conhecido como Torres Gêmeas), onde a criança sofreu o acidente quando estava sob a guarda da patroa da mãe.

Leo Gospel, autor do grafite, disse que após ver as notícias do acidente percebeu que “tinha que fazer alguma coisa”.

“Quando vi as notícias, fiquei muito inquieto. Isso mexeu muito comigo. Eu tinha que fazer alguma coisa que estivesse ao meu alcance”, enalteceu.

Leo ainda revelou que a dor de perder o pai e de demorar a resgatar boas lembranças também acabaram motivando a criação do grafite na intenção de tentar, de alguma forma, confortar a família.

“Quando perdi meu pai, a imagem que ficou foi dele no necrotério. Não queria que a família de Miguel ficasse com uma imagem ruim dele”, acrescentou.

No grafite aparecem os nomes da criança, além da frase “Te amo, mãe” e de palavras como “luta”, “amizade”,”força” e “justiça”. Do outro lado (no interior do prédio) uma faixa preta com a hashtag #JustiçaPorMiguel foi colocada na área comum do edifício.

Ontem (5) um protesto reuniu algumas pessoas que lamentaram a morte do menino e pediram justiça. Com faixas e cartazes nas mãos, os participantes do ato se concentraram em frente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, no Campo das Princesas, e caminharam em direção ao Cais de Santa Rita.

Ao chegar em frente ao condomínio de onde Miguel caiu, os integrantes se deitaram no chão. A mãe, o pai e a avó do garoto também estiveram presentes no ato.

Caso Miguel

Miguel Otávio foi a óbito depois de cair do 9º andar de um edifício de luxo no Recife, após a mãe descer para passear com o cachorro dos patrões e deixar o garoto sob os cuidados da patroa. Após o acidente, a empregadora foi autuada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), porém, não teve o nome divulgado pela Polícia Civil.

Ela foi presa em flagrante e liberada para responder em liberdade após pagar fiança estimada em R$ 20 mil.

Na quinta-feira (4), dois dias depois do acidente, Mirtes Renata (a mãe de Miguel) contou em entrevista à TV Globo que era empregada doméstica do prefeito de Tamandaré e da esposa dele.

Na sexta-feira a doméstica também participou do programa ‘Encontro com Fátima Bernardes’, da TV Globo. Bastante emocionada, ela mais uma vez falou como tudo havia acontecido. Segundo Mirtes, foi a primeira vez que “confiou o filho a ela [patroa] e ela deixou o menino ir para a morte”.

Ainda na sexta-feira, à noite, a ex-patroa divulgou uma carta dizendo ser “absolutamente solidária” ao sofrimento da ex-funcionária.

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