Migrants get on a ferry at the port of Mytilini in the Greek island of Lesbos, Monday, April 4, 2016, during the first day of the implementation of the deal between EU and Turkey. Under the deal, migrants arriving illegally in Greece will be returned to T (Foto: Petros Giannakouris/AP)

Centenas de imigrantes que buscavam vida nova na Europa eram nesta segunda-feira transferidos de volta para a Turquia. A medida marca o início de um esforço da União Europeia e de Ancara para conter o fluxo de pessoas que buscam chegar ao continente europeu.

 

Mais de 200 pessoas foram colocadas em três barcos nas ilhas gregas de Lesbos e Chios. As embarcações realizaram a breve viagem até a Turquia pelo Mar Egeu, uma faixa marítima onde centenas de refugiados já morreram ao tentar chegar à Europa.

 

Apesar do medo de protestos de imigrantes frustrados com as transferências, realizadas pela agência fronteiriça da União Europeia, a Frontex, não houve problemas quando os primeiros imigrantes chegaram ao porto turco de Dikili.

A maioria das chegadas na Turquia era de imigrantes do sul da Ásia e da África, não da Síria, segundo autoridades gregas e a entidade Human Rights Watch. O programa de realocação ocorre em meio à piora nas condições para os refugiados e outros imigrantes nas ilhas gregas e em campos improvisados no território grego. Centenas de pessoas continuam a chegar diariamente à Grécia em busca de asilo, ainda que os números tenham diminuído desde a assinatura do acordo entre UE e Turquia para tentar controlar o fluxo.

 

Pelo acordo, os países da UE se comprometem a aceitar um refugiado já avaliado diretamente do solo turco para cada refugiado sírio retornado para a Turquia. A intenção é também dissuadir os refugiados a buscar traficantes de pessoas para chegar à Europa. Para encorajar os sírios a seguir na Turquia, a UE também dará a Ancara US$ 6,8 bilhões para programas de educação e assistência social, para auxiliar mais de 2,6 milhões de sírios a se adaptarem ao país.

 

A UE se comprometeu a aceitar 72 mil refugiados sírios diretamente da Turquia como parte do acordo, que foi criticado por organizações humanitárias e pela Organização das Nações Unidas como uma violação à lei europeia e à convenção sobre refugiados da ONU.

 

O governo turco disse que os imigrantes que não forem sírios e voltarem à Turquia serão enviados de volta a seus países de origem.