Nesta terça-feira (5) completam 14 dias de greve dos médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da orla de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. Os motivos, segundo o presidente do sindicato dos médicos, Francisco Magalhães, são as péssimas condições para atendimento, além do aumento da violência contra os profissionais das UPAs de Camaçari.

Estão sem atendimento desde o dia 23 de dezembro de 2015, as UPAs de Nova Aliança, Vila de Abrantes, Arembepe e Monte Gordo. A paralisam as atividades é por tempo indeterminado.

Uma liminar da justiça pede a retomada dos médicos para atendimento nas UPAs, mas segundo Francisco Magalhães, o sindicato já entrou com recurso contrário e a paralisação continua.

De acordo com Francisco Magalhães, “a decisão foi tomada em assembleia, no dia 18, após infrutíferas tentativas de solução para as precárias condições de trabalho”, afirmou.

 

Enquanto permanecer a paralisação, a população está sendo orientada a procurar serviços alternativos em casos de urgência e emergência, a exemplo do Hospital Geral de Camaçari (HGC), da UPA Gleba A – Gravatá e do Hospital Menandro de Farias, em Lauro de Freitas. Outra opção é a utilização do SAMU, que mantém sua atividade normal.

O assunto está sendo encaminhado para discussão também com o governador Rui Costa, Conselho Regional de Medicina (Cremeb), Conselho Municipal de Saúde, Sesab, Ministério do Trabalho, ao MPT / MPE (de Camaçari e de Salvador) e ao Arcebispo.

A prefeitura ainda não se manifestou sobre o assunto.

Confira a ata da assembléia que culminou na greve dos médicos das UPAs da orla de Camaçari

ASSEMBLEIA NESTA TERÇA, 22, ÀS 19H30, NO SINDIMED

PAUTA – DEFLAGRAÇÃO DA GREVE

Pauta de reivindicações

1 – Provimento, em caráter de urgência, de medicamentos básicos (anti-hipertensivos, analgésicos/antitérmicos etc.), bem como de materiais (fio de sutura, pinças, etc.) e equipamentos (como desfibriladores e respiradores mecânicos);

2 – Recomposição imediata do quantitativo das equipes de plantonistas;

3 – Garantia de segurança permanente – para os profissionais e pacientes -, durante as 24 horas do plantão, através da Polícia Militar;

4 – Mudanças nas estruturas das unidades, para adequá-las ao volume e ao perfil dos atendimentos (laboratórios clínicos, serviços de raios-X, espaços específicos e adequados para atendimento de emergências, suturas, casos de menor gravidade, etc.);

5 – Implantação de sistema de acolhimento e triagem de pacientes (classificação de risco) nas unidades;

6 – Melhorias nas acomodações destinadas ao repouso médico (camas, climatização, etc.), bem como a garantia de refeições para os plantonistas na própria unidade de trabalho, ao invés de em restaurantes da rede comercial, como atualmente ocorre;

7 – Providências imediatas para a solução dos problemas de funcionamento do SAMU (estruturais, equipes médicas desfalcadas etc.);

8 – Imediatos pagamento dos salários atrasados e recolhimento das obrigações legais descumpridas (FGTS, INSS);

9 – Piso salarial da FENAM (R$11.675,94) para todos os médicos do município, devendo ocorrer, em caráter emergencial, isonomia salarial para com a remuneração mais elevada (hoje há múltiplos valores salariais entre os terceirizados e todos eles maiores que os dos concursados).