Na tarde desta quarta-feira (9), durante o sepultamento dos dois irmãos mortos em um ataque em Arembepe, na costa de Camaçari, o organizador do passeio afirmou que havia alertado às vítimas para tomarem cuidado em relação a símbolos e termos, que poderiam ser mal interpretados.

Em entrevista ao portal Massa, Alex Campos disse que antes de desembarcar no Emissário da localidade, famoso ponto turístico, teria listado o que não poderia ser feito ali, só que sem sucesso. Criminosos do Comando Vermelho (CV), que domina Arembepe, viram os dois fazendo um sinal análogo ao Bonde do Maluco (BDM) em uma foto e mataram na última segunda (7).

“Na saída do carro, a gente sempre fala: ‘Gente, vamos pra área de qualquer outra comunidade, temos que respeitar, a gente sabe como a vida está. Vamos parar de tirar foto, de gritar, de falar esses negócios de facção, gente, que de vocês, nenhum são envolvidos.’ […] Um descuido que eles deram, da gente sair do lugar que a gente estava concentrado, por baixo de uma ponte, tirar essa foto, que a gente explicou, e logo depois começou o passeio a ser monitorado”, lamentou.

Os corpos de Daniel Natividade, de 24 anos, e Gustavo Natividade, de 15, foram enterrados sob forte comoção no Cemitério de Itapuã, bairro onde moravam em Salvador. Os irmãos ainda eram percussionistas do bloco Malê Debalê, que também se solidarizou com familiares e amigos, afirmando que eram excelentes músicos e não tinham envolvimento com o crime organizado.

Além deles, outras duas pessoas ficaram feridas no ataque, uma adolescente de 17 anos e um jovem de 24, estando internadas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Arembepe, sem correr risco de vida. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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