Imagens divulgadas nas redes sociais revelam que a promotora do Ministério Público do Rio, Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que também participou da coletiva na quarta-feira (30) sobre o caso da vereadora Marielle Franco, fez campanha para o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em 2018.

Na legenda de uma das fotos publicadas em seu perfil do Instagram, no dia 1º de janeiro deste ano, a promotora escreveu: “Há anos que não me sinto tão emocionada”.

No Instagram de Carmem ainda existem imagens dela com uma camisa com o rosto de Bolsonaro, e uma foto ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL). Ao lado do deputado federal Daniel Silveira (PSL), ele quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco durante a campanha eleitoral de 2018. Em setembro deste ano, a promotora recebeu a Medalha Tiradentes, mais alta comenda do estado do Rio, por indicação do deputado estadual Delegado Carlos Augusto (PSD).

Carmen Eliza faz parte de uma ala conservadora do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ela também é uma das fundadoras do Movimento Contra a Impunidade, que reúne diversos promotores e juízes do Rio.

Essa foi a primeira vez que Carmen Eliza Bastos participa de uma coletiva de imprensa sobre o caso Marielle Franco. Nos outros posicionamentos do MP do Rio, a responsabilidade de dar explicações aos jornalistas sobre o rumo das investigações foi das promotoras Simone Sibilio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e Letícia Petriz.

O caso mais rumoroso em que atuou nos últimos anos foi o do pedreiro Amarildo de Souza, que foi torturado, morto e teve seu corpo desaparecido por policiais militares da favela da Rocinha, zona sul do Rio, em 2013.

Sobre as acusações à Bolsonaro

Ontem (30), o Ministério Público revelou que era falso o depoimento do porteiro que associou o nome do presidente Jair Bolsonaro ao de um suspeito de ter participado o assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes. A suspeita de que o MP desconfiava da versão foi antecipada pela revista VEJA.

Segundo a edição de terça-feira 29 do Jornal Nacional, o porteiro do condomínio onde o presidente Bolsonaro tem uma casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, afirmou à polícia que partiu da casa dele a autorização para entrada de um dos suspeitos do crime, o ex-policial militar Élcio de Queiroz.

O Ministério Público revelou ontem que a autorização foi dada por Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro, suspeito de ter feito os disparos que tiraram a vida de Marielle e do motorista Anderson Gomes. “Pode ter sido um equívoco, pode ter sido por vários motivos que o porteiro mencionou a casa 58 (de Jair Bolsonaro). E eles serão apurados”, pontuou a promotora Simone Sibilio.

0 0 votos
Article Rating