“Ele é considerado o maior líder popular que a Bahia já teve”. A declaração da historiadora e presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Consuelo Pondé, se refere ao major Cosme de Farias, o advogado dos pobres, que nasceu em 2 de abril, há 138 anos. Cosme de Farias nasceu em São Thomé de Paripe e, segundo Consuelo, era um homem que fazia uma campanha tenaz contra o analfabetismo.
“Ele dedicou sua vida às causas humanistas e de defesa dos direitos humanos. Ficou conhecido como advogado dos pobres, assumindo mais de 30 mil processos. Já o presenciei mais de uma vez no júri defendendo ladrão. Ele se emocionava muito no júri, comovia as pessoas”, contou a historiadora. Além de rábula (advogado que não possuía formação acadêmica em Direito), o major atuou ainda como jornalista, foi poeta, deputado estadual, funcionário público estadual e um dos fundadores da Associação Baiana de Imprensa (ABI).
“Mesmo sem ter concluído o curso primário, ele foi o primeiro na luta a favor da educação na Bahia fundando a Liga Baiana Contra o Analfabetismo. De tanta importância, até hoje seu túmulo é o mais visitado no cemitério Quinta dos Lázaros. Além disso, o major Cosme de Farias saiu de Paripe, onde nasceu, para dar seu nome a uma rua de barro, em Brotas, antes chamada de “Quinta das Beatas”, explicou Consuelo.
Na opinião do vice-presidente do IGHB, Eduardo Jorge Mendes, Cosme de Farias era uma pessoa que acreditava nos seus próprios ideais. “Nas celebrações do 2 de Julho, era um dos participantes mais ativos, tinha orgulho da nossa terra. É uma figura admirável que merece nosso respeito. Foi o último rábula da Bahia. Morreu pobre, mas deixou um legado de sabedoria para muitos baianos.”, disse. Fonte: Tribuna