O ilustrador e animador Filipe Emerson viu seu trabalho ganhar novas proporções após passar a retratar figuras clássicas de desenhos animados e mangás com a estética das periferias. Natural do bairro do Uruguai, em Salvador, ele usou referências regionais para fazer releituras inusitadas de diversos personagens.
Assim nasceram novas versões do Super-Choque, Naruto, Novos Titãs, Dragon Ball, Homem Aranha, Três Espiãs Demais e tantos outros. Em conversa com o Bahia No Ar, o artista recorda o primeiro trabalho a viralizar nas redes sociais.
“Foi o Vegeta na laje, com a camisa do Vitória. Lembro que quando eu estava fazendo eu não imaginava que a repercussão ia ser tão positiva”, conta. Ao trabalhar neste conceito, Filipe apostou na nostalgia, conseguindo gerar uma maior identificação por trazer personagens tão queridos para situações mais próximas do público brasileiro.
“A gente tem uma certa escassez de animações, séries e ilustrações com a nossa estética e, no geral, eu me inspiro muito nas coisas daqui, do lugar onde eu cresci, das periferias. Esse tipo de coisa é meio deixada de lado para uma estética mais higienizada, influenciada pela mídia dos Estados Unidos e outros países ocidentais”, ele afirma.
O trabalho autoral
Mantendo o foco no aprimoramento da sua arte, Filipe Emerson tem se dedicado cada vez mais ao trabalho autoral, com personagens e histórias de criação própria neste contexto de brasilidade que o popularizou.
“Estou trabalhando em alguns roteiros e estudando escrita pra contar histórias autorais através de ilustrações e animações”, revela o soteropolitano. Segundo ele, uma história em quadrinhos está por vir. Filipe também aguarda editais de incentivo cultural para produzir desenhos animados mais extensos na qualidade que almeja.