A causa da morte do voluntário que participava dos testes da vacina chinesa contra o novo coronavírus (Covid-19), batizada de CoronaVac, foi uma “intoxicação aguda por agentes químicos”, oriunda da combinação de medicamentos que não têm relação com o imunizante. O exame toxicológico apontou a presença de álcool no sangue, grande quantidade de sedativos e um analgésico cirúrgico cem vezes mais potente que a morfina. Ele não consumiu drogas ilícitas, diz laudo do Instituto Médico Legal (IML).
Após a morte do voluntário, na segunda-feira (9/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender os testes da vacina. Na ocasião foi frisado que a medida precisou ser adotada “por causa de um evento adverso”. Um dia depois, na terça-feira (10/11), foi divulgado um boletim de ocorrência que mostrava que a causa da óbito teria sido suicídio. Na quarta-feira (11/11), a agência federal liberou a retomada dos testes.
Conforme as regras que regulam testes de vacinas no país, é proibido, tanto para os voluntários quanto para os laboratórios, divulgarem consequências ou eventos relacionados à testagem. No entanto, após apuração da imprensa que teve acesso ao boletim de ocorrência, foi veiculada a causa da morte que levou a Anvisa a suspender os testes da CoronaVac no Brasil; decisão que durou mais de 24 horas.
Boletim de ocorrência
Segundo o boletim de ocorrência, que foi registrado às 16h02 do dia 29 de outubro de 2020, em uma delegacia da Zona Oeste de São Paulo, policiais militares foram acionados pelo rádio para atender a uma “ocorrência de encontro de cadáver”.
Ao chegarem ao apartamento da vítima, os policiais foram recebidos pelo zelador do prédio, que mostrou um homem, aparentemente de 32 anos no chão do banheiro. Perto do braço dele, havia uma seringa e diversas ampolas de remédio.
Fábio Corrêa