Documento enviado pelo Instituto Médico Legal, IML, à Justiça do Rio alertou para as más condições do cadáver do miliciano Adriano da Nóbrega Magalhães, encontrado morto no domingo, 9, em Esplanada, Bahia.

O ofício foi assinado pela perita legista Luciana Lima na segunda-feira, 17. No texto manuscrito, ela diz que o corpo já deu entrada, vindo da Bahia, “após iniciados os fenômenos de putrefação”, já que “o óbito ocorreu há mais de uma semana”.

O IML também explica que “não dispõe de câmaras de congelamento de corpos” e que, por isso, é possível fazer apenas a refrigeração dos corpos, de forma a retardar a possível decomposição, mas não evitá-la totalmente.

Na última terça-feira,18, a Justiça baiana determinou um novo exame no corpo. A decisão ocorreu depois de um pedido feito pelo Ministério Público da Bahia. Segundo o Órgão, o objetivo é esclarecer dados até o momento obscuros, entre eles, a trajetória dos tiros.

Até esta quarta-feira, 19, o novo exame não havia sido realizado.

No dia 12 a Justiça do Rio proibiu a cremação do corpo do miliciano. O pedido de cremação havia sido feito pela família do ex-policial – para cremar qualquer corpo de morto por causas violentas é necessária autorização judicial.

Duas decisões proibiram a cremação. A primeira foi da juíza do plantão judiciário, Maria Izabel Pena Pieranti. No texto, ela diz “que não se encontram preenchidos os requisitos previstos na Lei de Registros Públicos (lei 6.075/1973)”. Segundo a juíza, não constavam no pedido documentos imprescindíveis para a cremação, como a cópia da Guia de Remoção de Cadáver e o Registro de Ocorrência.

A juíza reiterou, ainda, que Adriano não morreu de causas naturais e que, segundo consta em sua certidão de óbito, ele sofreu anemia aguda e politraumatismo causados por instrumento perfuro contundente.

Outra decisão foi do Juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri, onde Adriano era réu. Segundo o juiz, a cremação só poderá ocorrer após a realização de todas as diligências e confecção de todos os laudos periciais necessários para elucidação de tais circunstâncias.

Como e onde Adriano foi morto

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano foi localizado e morto em um imóvel em Esplanada por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais, Bope, da Companhia Independente de Policiamento Especializado, Cipe, Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência da SSP-BA.

O imóvel é um sítio que pertence ao vereador Gilsinho da Dedé, do PSL de Esplanada. A SSP-BA informou que, no momento do cumprimento do mandado de prisão, Adriano resistiu com disparos de arma de fogo e acabou ferido. Ele chegou a ser socorrido e levado a um hospital da região, mas não sobreviveu.

Fonte: G1

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