“Não vou desistir, venha o que vier, sou adorador , nada vai abalar minha fé”, o trecho faz parte da canção ‘Não Vou Desistir’, de autoria de Júlio Bonfim Santana de Jesus, o ‘Irmão Júlio’. Na manhã desta segunda-feira (17) o Bahia No Ar recebeu o músico e missionário para falar um pouco sobre a nova produção, que teve o clipe lançado na sexta-feira (14) passada. Na oportunidade, ele também contou um pouco sobre sua história: como deixou o mundo do crime para se dedicar à igreja, ou como o mesmo define, para ‘resgatar vidas’.

“Surgiu em um momento muito difícil da minha vida, porque depois que eu me converti em Cristo, passei por muitas lutas, pessoas falaram que eu não ia pra lugar nenhum, que era pra eu desistir dos meus sonhos, e aí Deus me deu esse louvor. O povo da igreja está abraçando, e não só o povo da igreja, mas todo o povo, o louvor está sendo bem aceito para a Glória de Deus”, explicou.

Em um momento nostálgico, Irmão Júlio “voltou no tempo” e revelou fatos referentes ao processo de reviramento.

“Essa conversão aconteceu em 2013, quando eu estava procurado pela polícia. Estava de uma cidade para outra, não tinha paz. E aí, eu cansei dessa vida e decidi ouvir minha mãe, porque a palavra de Deus fala “Honra a teu pai e a tua mãe para que se prolonguem os teus dias na terra” [Êx 20,12]. Eu sabia que se eu não honrasse minha mãe, Deus iria me tirar da terra”, disse.

“Eu me converti lá em Alagoinhas, estava foragido, depois de um tempo fiquei na igreja, evolui, fiquei um tempo com a bispa Iara e resolvi me entregar à Justiça para viver livre, uma vida digna, ninguém merece viver corrido, dentro dos matos, assustado. E graças a Deus, Ele me deu essa dádiva, essa alegria de andar em todos os lugares com meus amigos, com minha família, com meus filhos, hoje eu sou livre para a glória de Deus”, acrescentou.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Atualmente, Irmão Júlio é atuante na Igreja Evangélica ‘Assembléia de Deus – Missão e Amor’, situada no bairro de Arenoso, em Salvador. É por lá também que o missionário deu início ao projeto social batizado de ‘Instituto Irmão Júlio’.

“Esse projeto tem pouco tempo, tem três meses. Nós lutamos muito, conseguimos com a ajuda de algumas pessoas, de alguns amigos, comprar uma máquina de picolé para vender dentro do projeto. A gente fabrica o picolé e a comunidade pega por um preço pequeno para revender; passamos para os moradores no valor de cinquenta centavos [R$ 50]. Quando as pessoas não tem a caixa [de isopor] a gente dá a caixa pra eles venderem os picolés, e aí ajuda o projeto e ajuda as pessoas”, pontuou.

No entanto, o projeto também está emprenhado em proporcionar atividades culturais/esportivas para as crianças e adolescentes da região.

“Tem um professor de boxe que já está indo pra lá. Lá também tem capoeira e em breve teremos outras atividades. Tem um professor de música também, queremos colocar as crianças e os jovens para fazer aulas de violão, bateria e de percussão, uma banda de percussão está chegando. Queremos dar uma ocupação aos adolescentes. Muitos jovens se perdem por falta de oportunidades, de opções, eu bem sei disso”, estendeu.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Até o momento, o projeto conta a participação de 12 pessoas e alguns parceiros. O crescimento e expansão das atividades oferecidas fazem parte dos planos para o futuro.

“Tenho planos de colocar uma sorveteria comunitária em Simões Filho, queremos ajudar mais pessoas”, assegurou Júlio. “Eu peço as pessoas que tem como ajudar que invistam nas crianças, nos jovens, eles são o futuro do nosso país. Tenho que agradecer a nossa deputada Kátia [Oliveira], que nos ajudou muito. O prefeito [de Simões Filho] Dinha [Diógenes Tolentino], que também nos ajudou muito com o clipe e alguns comerciantes de Simões Filho”, adicionou.

Apresentações / Missões

“Fazemos alguns shows, ontem mesmo estávamos lá na Quadrangular da Pitanguinha [Simões Filho] louvando. As pessoas me convidam também para contar meu testemunho, para pregar. Inclusive, já fomos até para fora do estado, já fomos para o Ceará, para o Rio de Janeiro. No final [das apresentações/pregações] fazemos o chamado ‘apelo’, muitas pessoas estão aceitando Deus através do meu testemunho”, disse.

Redes Sociais

Irmão Júlio destacou ainda que as redes sociais têm ajudado bastante no trabalho de divulgação.

“Tá me surpreendendo. Cada dia mais está crescendo o número de inscritos no canal [YouTube]. Temos também o portal ‘Engomadeira’. No Facebook [por exemplo], a gente coloca um vídeo hoje, amanhã já está com 4 milhões [de visualizações]. Então, as pessoas estão aceitando bem nossos vídeos, que são vídeos de conscientização. A gente mostra a realidade da vida através dos vídeos. Os seguidores, que comentam nos nossos vídeos, têm nos ajudado muito, nos incentivando em continuar”, finalizou.

Veja abaixo o vídeo da canção, que teve como cenário pontos turísticos da capital baiana.

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