Foi recomendado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) à empresa JMC – Yamana, que seja apresentado o modelo conceitual do rompimento hipotético, bem como a mancha de rejeitos respectiva. A empresa é responsável pela barragem que teve parte da estrutura interna rompida no município de Jacobina, no norte do estado.

O pedido aconteceu através do promotor de Justiça Pablo Almeida e a empresa tem 60 dias para apresentar o documento ao MP-BA.

Em nota, o promotor de Justiça Pablo Almeida, pontuou: “Visualmente algumas estruturas da empresa estariam na aparente rota de rompimento lateral, o que precisa ser apurado, eis que eventual escorregamento nesta região levanta a possibilidade de uma situação hipotética de um rompimento diferente daquele projetado em modelo conceitual, devendo ser feitas as modificações devidas no Plano de Ação de Emergência e demais estudos relacionados”.

O promotor também salientou que a análise hipotética é necessária para verificar se a área da empresa, onde estão os trabalhadores da barragem, eventualmente poderia ser afetada por um rompimento da parede secundária.

“Os estudos feitos pela empresa foram realizados somente na parede principal, o que é bastante preocupante. Por isso, precisamos de um estudo de topografia e de curva de níveis para identificarmos se as rotas de fugas e pontos de encontro, em casos de acidente de barragem, seriam afetados”, acrescentou Pablo Almeida.

Ademais, o MP ainda fez as seguintes recomendações à empresa:

  • Instalação, no prazo de cinco dias, de, pelo menos, dois piezômetros na região baixa, onde ocorreu o escorregamento, sendo preferencialmente um digital e um manual. Os equipamentos devem apresentar, no prazo máximo de dez dias, depois 30 dias, depois 60 dias, as primeiras leituras;
  • No prazo de 60 dias, a empresa deve fazer o desassoreamento completo dos corta-rios das barragens B1 e B2;
  • Deve apresentar projeto para mudança do corta-rio, de forma a garantir o fluxo do rio, no prazo de 60 dias.
  • No prazo de 60 dias, disponibilizar ao escritório das barragens B1 e B2 backup de energia para hipótese de falta ou manutenção elétrica, instalação de internet e telefone via satélite.
  • Na quinta-feira (3), o promotor de Justiça fez uma inspeção no local do incidente. Segundo ele, por conta da falta de energia na barragem na quarta-feira (2), dia do ocorrido, a empresa não conseguiu disponibilizar durante a inspeção os dados de instrumentação, como leituras de piezômetro (equipamento utilizado para medir a pressão dos fluidos ou a compressibilidade de substâncias sujeitas a pressões elevadas), dados de pluviosidade, vazão de dreno de fundo, dentre outros.

Outras informações:

Na quarta-feira (2/12), uma parte interna da barragem de rejeitos da mineradora Yamana Gold desmoronou, em Jacobina. No momento do incidente, uma caminhonete foi soterrada. Ninguém estava no veículo no momento e não houve registro de feridos.

A situação provocou bastante preocupação aos moradores da cidade. Em nota, a Jacobina Mineração e Comércio (unidade baiana da mineradora) disse que a pilha de estoque não tem nenhuma influência na estrutura de segurança da barragem de rejeito.

A empresa ainda ressaltou que o desmoronamento de material na área de estoque de rejeitos ocorreu por volta das 14h e todo material sólido acabou atingindo a caminhonete.

Depois do acidente, os demais equipamentos continuaram em operação. O caso é investigado para que sejam descobertas as possíveis causas.

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