O baiano Jean Wyllys (PSOL), nascido em Alagoinhas, que foi reeleito deputado federal no Rio de Janeiro como o mais bem votado – 144.770 votos -, revelou que continuará fazendo oposição ao governo, mesmo tendo apoiado a candidatura da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições, decisão tomada após a derrota da candidata de seu partido à presidência Luciana Genro. Em entrevista ao site Bahia Notícias, o deputado criticou a forma como o prefeito de Salvador ACM Neto faz política de oposição na Bahia, e destacou que sua oposição é feita de forma respeitosa, e que sua relação com o governo sempre foi excelente. "Minha oposição era uma oposição séria, eu não agia como ACM Neto quando estava aqui. A gente conviveu por um tempo aqui. Ele é do DEM, e o DEM faz oposição por oposição. O PSOL faz uma oposição justa", comparou.
"Eu continuo na oposição. Oposição à esquerda, porque nós temos oposição à esquerda e à direita. A minha oposição é ética e pautada pela justiça, ou seja, eu vou votar com o governo quando as propostas do governo forem boas para a população brasileira e vou votar contra o governo quando as propostas não forem boas", disse Wyllys.
Sobre a atuação do PSOL na Bahia, o deputado afirmou que gostaria de realizar atividades locais, desde que a legenda esteja interessada em mudar sua imagem. "O PSOL da Bahia precisa querer ser o que o PSOL do Rio é. Isso exige uma certa mudança de postura e um diálogo com setores que o PSOL baiano se recusa a dialogar. Por exemplo, no Rio de Janeiro, há uma relação maior com os movimentos sociais de esquerda, com a universidade, com os meios de comunicação. Eu acho que o PSOL daí acaba agindo de uma maneira mais sectária e esse sectarismo não ajuda muito, porque a gente tem que construir pontes, não explodir as pontes", avaliou.
Sobre a proposta de reforma política e pautas sociais, o pesolista destacou que será necessária uma articulação de partidos para assegurar que essas demandas possam progredir, principalmente com a eleição do Congresso para a 55ª legislatura, o mais conservador desde 1964, de acordo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). "Estamos tentando formar um blocão do campo progressista, com o PSOL, setores do PSB, PDT, setores do PV e PCdoB", contou.