Nesta quinta-feira (19) João de Deus, 78 anos, foi condenado a cumprir 19 anos e quatro meses de prisão por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. A decisão é assinada pela juíza Rosângela Rodrigues. Para ela, ficaram comprovados dois casos de violação mediante fraude e dois de estupro de vulnerável.

Esta é a primeira sentença com relação aos abusos sexuais. Há um mês, João Teixeira de Faria, que estava detido há um ano no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, já havia sido condenado por posse ilegal de armas de fogo.

O advogado de João de Deus, Anderson Van Gualberto de Mendonça disse que até as 15h, ainda não tinha tido acesso à sentença. No entanto, ele também afirmou que recorrerá assim que for intimado.

As acusações contra João de Deus vieram à tona em dezembro de 2018. Algumas mulheres relataram no programa Conversa com Bial que foram vítimas de abusos sexuais dentro da Casa Dom Inácio de Loyola, onde ele fazia os atendimentos. Após a exibição do programa, o Ministério Público de Goiás montou uma força-tarefa para receber as denúncias.

Os promotores de Justiça afirmam que este é o maior caso de abuso sexual registrado no país.

Justiça

Dedes dezembro do ano passado, o MP-GO já recebeu aproximadamente 320 denúncias de mulheres que afirmam que foram abusadas sexualmente por João de Deus. Destas, cerca de 194 formalizaram o processo junto ao órgão até hoje.

João de Deus já foi denunciado 13 vezes pelo Ministério Público, sendo 11 por crimes sexuais. Nos processos constam abusos contra 57 mulheres, mas a Justiça não aceitou nove casos. Outras 87 vítimas estão citadas como testemunhas, pois os crimes já prescreveram.

Investigações

Conforme informações da promotora Ariane Patrícia Gonçalves, as investigações ainda não terminaram. Ainda existem mulheres que procuram o órgão para fazer denúncias sobre os crimes sexuais.

Pela extensão do número de vítimas, o Ministério Público decidiu definir a estratégia de apresentar várias denúncias, com grupos pequenos de vítimas, para facilitar a tramitação na Justiça.

Ademais, ainda existem apurações envolvendo outras pessoas ligadas ao réu. Uma delas é a suspeita de uma rede de proteção a João de Deus envolvendo inclusive delegados da Polícia Civil.

0 0 votos
Article Rating