Tecnicamente, o Vitória podia ser melhor no último clássico, mesmo com o triunfo.

Mas o técnico Antônio Lopes prometeu corrigir e pagar com juros no Ba-Vi do próximo domingo, 1º, no segundo jogo das semifinais do Baianão.

Porém, parece que Lopes não vai precisar trabalhar tanto o lado emocional da sua tropa, que deram um exemplo de frieza no último encontro com o Bahia.

Ao contrário do confronto do dia 20 de fevereiro, em Pituaçu, (no qual o Bahia venceu por 2 a 0), quando a maioria dos rubro-negros perdeu a cabeça e acabaram a partida com dois homens a menos, em meio a muita gritaria e nervosismo, no último duelo pareciam até pedras de gelo.

E todos os atletas prometem continuar assim, como assegurou Uelliton, um dos expulsos na última derrota do Vitória, por 2 a 0, diante do rival.

“Apanhamos até demais e ouvimos muita coisa.

Mas não caímos nas provocações e ninguém foi expulso.

Muito pelo contrário.

Lopes estava certo.

Temos de ter frieza, principalmente se tratando de um clássico.

Vou manter a mesma postura no próximo jogo”, garantiu o volante.

Para o camisa 7 do Leão, as vezes é difícil segurar a onda.

“É complicado ter sangue frio no Ba-Vi.

Mas aprendi que só vence quando está melhor emocionalmente que o adversário.

O que ganhamos com o nervosismo? Cartão vermelho? Eu sempre fui explosivo, mas aprendi”, afirmou o guerreiro, prometendo não provocar, mesmo que o Vitória se classifique.

“Nosso objetivo é o penta.

Só.

.

.

”.

O goleiro Viáfara não foi expulso, mas acabou pegando um gancho de quatro jogos pelas reclamações no tropeço do Vitória diante do rival.

O gringo também aprendeu a lição.

“Aprendi bem a lição naquele Ba-Vi.

Na hora, não pensei nas consequências.

Acabei pegando quatro jogos (de suspensão).

Agora, prefiro evitar polêmica, confusão.

Uma suspensão numa hora dessas, certamente, vai me tirar da final.

Tenho fé que iremos estar lá”, assegurou.

Mas Viáfara tem outro motivo para evitar polêmicas.

“Estou tranquilo.

Já passei por muita coisa, não quero ser alvo de polêmica mais não.

Mesmo que muitas pessoas tentem isso.

Quero evitar expor ainda mais minha filha e mulher.

É duro chegar em casa e minha filha perguntar porque estão me xingando na rua”, explica.

Satisfeito – Para o técnico Antônio Lopes, a rapaziada aprendeu bem a lição.

“Estão de parabéns pela postura dentro de campo.

Provocações, brincadeiras são boas apenas para o torcedor.

Dentro de campo, temos de procurar o triunfo, mas isso não acontece se não estivermos bem no lado emocional.

Creio que todos aprenderam a lição”, confessou o Delegado.

A frieza está rendendo frutos.

Nos últimos cinco jogos, a média de cartões amarelos é de apenas dois por jogo.

No clássico de ida das semifinais, apenas o lateral Léo, que entrou no segundo tempo, levou chapa amarela.

No time considerado titular, só o zagueiro Léo Fortunato está pendurado, desde o Ba-Vi, mas pode zerar os cartões caso passe para a decisão do Baianão.

Pelo visto, a frieza é realmente o melhor remédio.

* Fonte: A Tarde