Uma carreata, da Cooperativa de Transporte Escolar de Lauro de Freitas (COOTELF), na Região Metropolitana de Salvador (RMS), deixou o trânsito lento nesta quinta-feira (11), no município. Cerca de 50 carros partiram do Hiper Bom Preço de Portão por volta das 8h, e percorreram diversos pontos da cidade.
O movimento, tem como objetivo chamar a tenção do Governo Federal sobre a padronização do transporte escolar. Segundo o projeto do Governo, os veículos de transporte escolar deverão ser acessíveis aos deficientes físicos, o que por si só exclui as vans do mercado, a exemplo do que já ocorre no transporte escolar rural. A padronização representará um aumento considerável nos custos de operação do transporte escolar, inviabilizando a atividade para milhares de trabalhadores.
Segundo informações do presidente da cooperativa Sidney Barbosa, a categoria acabaria sendo prejudicada com essas novas exigências.
“Estamos querendo uma resposta dos nossos governantes a respeito da normatização dos transportes escolares de todo Brasil. Pedimos mais respeito dos governantes! Somos trabalhadores honestos e dignos e não podemos ser prejudicados dessa forma absurda e criminosa com os nossos bolsos, não temos condições de adquirir veículos no valor que está sendo estimado por eles, por causa da acessibilidade e da ganância dos empresários e políticos”, declarou.
Na declaração, o presidente deixou claro a importância da acessibilidade, mas, que se trata de questões pontuais.
“Sabemos que a questão de acessibilidade é uma questão pontual, pois, muitos trabalhadores escolares não tiveram clientes com deficiência em seus veículos, eles estão exigindo no transporte, mas, as escolas não oferecem essa acessibilidade para estacionarmos nossos carros”, finalizou.
A carreata também contou com o apoio da atual presidente da Associação de Transporte Escolar e Turismo do Estado da Bahia (ATEST), Isabel Menezes.
“ Estamos tentando chamar a atenção do governo para o maior estelionato comercial que acontece hoje. O governo desde 2012 tramita em três ministérios um projeto que visa a padronização dos itens de segurança no transporte escolar, ocorre que todos os nossos carros são aprovados pelo Inmetro, por tanto, eles são seguros”, defendeu Isabel.
De acordo com Isabel o índice de acidentes envolvendo a categoria é baixo, para o tamanho das exigências, já que, todos os profissionais procuram se qualificar.
“O índice de acidente com vítima, no escolar é zero, então isso é um índice que chama a atenção e que precisa ser respeitado. Todos nós somos profissionais qualificados para exercer a função de condutor escolar, nós não somos transportadores. Não somos contra segurança e nem contra a acessibilidade, essa é a nossa luta, pois, o governo não dá um transporte público digno e quer nos empurrar a conta!”, concluiu.
A Secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública (Settop) do município e a Cooperativa de Transporte Alternativo de Passageiros de Lauro de Freitas não quiseram falar sobre o assunto, durante o movimento, no entanto, a prefeitura divulgou uma nota, informando o ocorrido.
Confira:
A Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas (PMLF), por meio da Secretaria de Trânsito, Transporte e Ordem Pública (Settop), através da Superintendência de Trânsito, informa que na manhã desta quinta-feira (11), permissionários de transportes escolares realizarão uma carreata que percorrerá diversos pontos da cidade a partir das 8h da manhã, em manifestação contra o Projeto de Lei nº 5.383/2013.
As manifestações acontecem em diversas cidades brasileiras, em Lauro de Freitas, agentes de trânsito da Settop acompanharão a manifestação para minimizar os efeitos no tráfego. A carreata passará pela Estrada do Coco (Hiper Bompreço Km 5,5), pelo Centro (Praça da Matriz), pela rua Euvaldo Santos Leite (Próximo ao Ginásio Municipal de Esportes), na Avenida Luiz Tarquínio (rotatória de Vilas do Atlântico) e finaliza na Avenida Priscila Dutra (Próximo a Riobel).
Desde a sua criação, o Projeto de Lei divide opiniões de permissionários em diversas cidades brasileiras. Em Lauro de Freitas, a categoria é contra a padronização. Segundo o motorista de transporte escolar, Sidnei de Celso, a nova norma cria obstáculos para a classe, ele acredita que o custo para aquisição aumentará muito, refletindo no preço do serviço.