Na quarta-feira (2), sete procuradores da república que atuavam na força-tarefa da Lava Jato, em São Paulo, apresentaram um pedido de desligamento coletivo ao procurador-geral da República, Augusto Aras.

No documento, os procuradores solicitam o desligamento das atividades até o final deste mês de setembro, sob o argumento de “incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida força-tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez”.

“Os membros ora signatários vêm solicitar – pelas razões expostas à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal no âmbito da Sindicância nº 1.00.002.000060/2020-17 (Ofício 1259/2020 – PRR3a-00022502/2020), relativas, em síntese, a incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida Força-Tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez – seus desligamentos da Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, com a consequente revogação de suas respectivas designações”, destaca trecho do ofício enviado à PGR.

A procuradora natural, assumiu os trabalhos do grupo em São Paulo no mês de março deste ano. Entre as reclamações contra ela, os procuradores revelam que Viviane “nunca participou de reuniões com advogados e com colaboradores”, “não participou de qualquer audiência judicial pertinente a casos da Força-Tarefa” ou “de um único despacho com juízes ou de uma única reunião com delegados de Polícia Federal, para tratar de casos da Lava Jato”.

Durante o pedido de desligamento, os sete procuradores se colocam a disposição da PGR para “um período de transição para adotarem providências finais a parte dos casos que vinham sendo conduzidos” pela equipe em São Paulo.

Entre os procuradores que assinaram o pedido de desligamento estão Janice Agostinho Barreto Ascari, Guilherme Rocha Göpfert, Thiago Lacerda Nobre, Paloma Alves Ramos, Marília Soares Ferreira Iftim, Paulo Sérgio Ferreira Filho e Yuri Corrêa da Luz.

Na terça-feira (1/09), Deltan Dallagnol, da coordenação da Operação Lava Jato em Curitiba, também havia pedido desligamento da operação.

Por meio de um vídeo postado na internet, Dallagnol contou que a filha, de 1 ano e 10 meses, apresentou sinais de regressão no desenvolvimento e que, por isso, após conversar com a esposa, ele decidiu que precisaria se dedicar mais tempo a criança.

“Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, eu acredito que agora é hora de me dedicar de modo especial pra minha família”, assegurou Deltan.

5 1 voto
Article Rating