Foi impressionante. No final da noite desta terça-feira e início da madrugada de quarta, dia da final da Libertadores da América, um clima de guerra foi instalado nas cercanias do hotel onde está hospedado o Olimpia, em Belo Horizonte. Cerca de mil torcedores do Atlético-MG, vestindo camisas do time, se concentraram nas imediações e dispararam fogos e morteiros em direção ao prédio que acomoda os paraguaios. Durante pelo menos duas horas, o barulho foi ensurdecedor. O bairro acordou. Porém, há rumores, sem confirmação, de que os atletas haviam deixado o hotel antes da barulheira.
Em princípio sem contar com a presença da polícia, um grupo inicial de cerca 200 pessoas começou a fazer disparos com o intuito de perturbar o descanso dos jogadores do quadro guarani. Fogos chegaram a estourar dentro do hotel, no saguão de entrada. Com o passar do tempo, mais atleticanos se juntaram, criando um ambiente fora do comum.
Os fogos e morteiros estouraram próximos às janelas do hotel, situado no Belvedere, bairro de classe alta, um tanto afastado do centro de BH. Aos poucos, o contingente de torcedores se dividiu, seguindo uma parte para os fundos do hotel e passando também a fazer os disparos. Chamou muito a atenção a demora do policiamento em aparecer. A Polícia Militar só deu as caras somente uma hora após o início do tumulto, aproximadamente.
A primeira ação da polícia foi tímida. Os agentes apenas observaram o movimento, enquanto a maior parte dos torcedores seguia nas proximidades do hotel. Cantando músicas em alusão ao Atlético e hostilizando o Olimpia, os torcedores reproduziram um clima de jogo nas ruas de Belo Horizonte. Próximo ao hotel, mulheres e até crianças engordaram a torcida atleticana, também reforçada por alguns poucos mascarados.
Somente por volta das 2h o policiamento foi encorpado com a chegada de mais homens e viaturas, fazendo com que os torcedores deixassem a rua em frente ao hotel, hostilizados por cruzeirenses que apareceram nas janelas dos prédios vizinhos. Um grupo de atleticanos, no entanto, seguiu para os quarteirões mais distantes e, em menor escala, continuou disparando fogos. Até que a polícia fez um movimento forte de dispersão, causando correria. Carros da tropa de choque ajudaram no processo. O conflito entre torcedores e policiais foi quase nulo.
As ruas, quase vazias, ficaram com o rastro do enorme movimento da torcida atleticana. Caixas de explosivos serviram como resquício da noite de muito barulho, enquanto uma nuvem de fumaça, madrugada adentro, começava a se despedir das ruas. *Globoesporte.com
Veja o clima de guerra criado pelos torcedores: