O presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Abelardo de Oliveira Filho, em visita ontem (2/4) à Tribuna, sendo recebido pelo diretor-presidente Walter Pinheiro, falou das fraudes em ligações que resultaram em perda de 3,4 bilhões de litros, no ano passado, em Salvador e Região Metropolitana; nos investimentos da empresa para obras ao acesso de água tratada e citou as ações para a seca que estão sendo desenvolvidas nos sistemas de abastecimento de água de 93 municípios em situação mais crítica.

De acordo o dirigente da estatal, as ações fraudulentas envolvendo a utilização da água canalizada e tratada pela empresa, ocorrem geralmente em regiões de ocupação irregular intensa, como Sussuarana, Calabetão, Mata Escura e Sete de Abril. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, a fraude provoca o desperdício de água: em média, a Embasa fornece cerca de 13,6 metros cúbicos (m3) de água por ligação em Salvador. Na região de Sussuarana, são fornecidos mais do que o dobro, cerca de 34m3 de água por ligação por mês para atender a localidade, fato que evidencia o elevado desperdício provocado pelas ligações irregulares.

Outra questão agravante é a inadimplência, pois somente na região de Sussuarana, das cerca de 33 mil ligações cadastradas na Embasa, apenas 655 estão adimplentes. Estudos realizados pela empresa indicam que aproximadamente 80% das ligações inadimplentes no cadastro da Embasa são reabertas indevidamente sem o conhecimento da empresa, apesar das fiscalizações periódicas. Além da grande incidência de ligações clandestinas, o abastecimento nessas áreas é prejudicado também pela existência de imóveis com dois, três ou mais pavimentos sem instalações hidráulicas internas adequadas.

No caso dos lava jatos irregulares, a Embasa identificou cerca de 850 irregulares em Salvador que causam um desperdício de água em torno de 51 milhões de litros por mês. Esta quantidade de água seria suficiente para abastecer 5,1 mil famílias de cinco pessoas cada durante o mesmo período. Cabe a Embasa identificar, retirar e regularizar as ligações indevidas, ações que, por si só, não resolvem o problema, já que a empresa não tem poder de polícia e os fraudadores, muitas vezes, restabelecem a ligação clandestina. A autuação destas irregularidades é de responsabilidade da Prefeitura de Salvador. Fonte: Tribuna