Por um triz. Assim pode ser classificada a tão esperada sessão extraordinária do Legislativo Municipal de Candeias que oficializaria o presidente da Câmara, Sargento Francisco Conceição (PMDB), como prefeito interino do pequeno município que teve a chefe do Executivo, Maria Maia (PMDB), cassada pela Justiça por ter cometido crime eleitoral.

O processo contra a alcaide já durava três anos e foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na última terça-feira (24), por 4 votos a 1, afastando a gestora do cargo e elevando, consequentemente, Francisco ao cargo de prefeito. Mas uma liminar jogou água no brinquedo do vereador que, minutos antes do início da sessão, anunciou que a cerimônia de posse seria suspensa.

Como é costumeiro dizer na linguagem popular, a prefeita “mexeu os pauzinhos” e conquistou, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o documento que lhe dá o direito de permanecer no cargo, ao menos por enquanto. “Diante desta situação, nós desfazemos aqui a questão da sessão, não tomamos posse nenhuma e vamos aguardar o desenrolar do processo, vamos esperar a decisão da justiça”, disse.

Por outro lado, Francisco comemorou não ter concretizado a posse como prefeito. “Foi bom, até porque a gente poderia ter tomado posse e imediatamente teria que sair. E isso iria nos prejudicar, porque a partir do momento que eu tomasse posse, eu ficaria inelegível”, ressaltou.

O presidente da Câmara lamentou os fatos que vêm acontecendo no cenário político de Candeias envolvendo o nome de sua colega de partido. “Não deveria ter acontecido isso, eu sempre acompanhei a prefeita, sempre fui fiel a ela, mas eu sinto muito porque não trabalhamos em 2008 para isso, trabalhamos para eleger a prefeita Maria Maia querendo que ela fizesse uma boa gestão, melhor do que as anteriores, mas infelizmente nada disse aconteceu”, destacou.

Maria Maia e seu vice Antonio Raimundo dos Santos (PT), conhecido como Loteba, permanecerão no cargo de forma provisória. No prazo de 20 dias aproximadamente, o mandato da prefeita Maria Maia estará mais uma vez na corda bamba, quando será julgado o mérito da liminar expedida pelo TSE.

Por Henrique da Mata