Durante os cinco dias de Carnaval em Salvador o problema se repete. Nas ruas próximas aos locais onde os trios elétricos e os respectivos blocos desfilam, no circuito Barra-Ondina, o lixo se acumula pelo chão. São garrafas plásticas de água mineral, restos de comida, panfletos de propaganda, além do mal cheiro da urina dos foliões que insistem em fazer xixi nas ruas.
Em 2014, a peça principal desse trabalho, os catadores, têm a oportunidade de profissionalizar a sua atividade ao se cadastrar em um dos pontos de coleta seletiva distribuídos em 10 locais, distribuídos na Barra, Ondina, Politeama, 2 de Julho, ladeira da Montanha, Praça da Sé, Periperi e no bairro de Canabrava.
De acordo com o coordenador da Cooperativa de Catadores e Agentes Ecológicos de Canabrava (CAEC), Otávio Augusto Leme, a profissionalização dos catadores é uma das propostas para extinguir a figura do atravessador. “Historicamente, o Carnaval de Salvador tem muitos atravessadores, que são as pessoas que compram o material na mão dos catadores e vendem por um preço muito maior, e o catador que tem o maior trabalho acaba saindo perdendo”, explicou.
Para reforçar a campanha, o Movimento Nacional dos Catadores e o Centro de Estudos Socioambientais (Pangea) traz para o Carnaval 2014 o lema “De Catador Para Catador, Sem Atravessador”. Cada catador que se cadastra recebe como incentivo todo material necessário para o trabalho, os chamados Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). O kit é composto por botas, calça, camisa, boné, luvas, protetor auricular e sacos para armazenar o material coletado.
*IBahia