Na quinta-feira (29) durante entrevista a Juca Kfouri, no programa ‘Entre Vistas’, da TVT, o jornalista Glenn Greenwald afirmou que o Jornal Nacional atuava quase como parceiro da Lava Jato e de Sergio Moro, até os vazamentos dos diálogos de procuradores, obtidos e divulgados pelo The Intercept Brasil.

“Obviamente, a grande mídia estava como uma aliada do Sergio Moro e da Lava Jato nos últimos anos, não só por ideologia, mas também porque o modelo do lucro da mídia brasileira era receber vazamentos da força-tarefa da Lava Jato sem gastar com nenhum recorte, sem fazer investigações”, pontuou.

O jornalista chegou a citar o nome de Willian Bonner, âncora do telejornal.

“Então o Jornal Nacional recebia vazamentos da força-tarefa da Lava Jato, o [apresentador William] Bonner anunciava que tinha uma notícia muito importante sobre corrupção, com uma audiência enorme, e a Globo lucrava muito sem fazer jornalismo. O papel da grande mídia no Brasil era quase como parceiro da Lava Jato e do Sergio Moro”, contou Glenn.

O jornalista avalia que a situação só mudou quando o The Intercept Brasil procurou as mídias tradicionais, divulgando informações exclusivas, para informar o que o site estava descobrindo através das mensagens vazadas.

Ainda segundo Glenn, a imagem de Moro foi construída durante os últimos anos “sem desafio, como um herói”, mas os diálogos trouxeram consequências graves para o atual Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, a exemplo da perda do apoio de parte da mídia.

“Depois de dois meses, Moro ainda é o ministro da justiça. Mas ele é uma figura muito mais fraca, igual o Deltan Dallagnol [coordenador da Lava Jato]”, analisou.

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