Mais corpos carbonizados foram encontrados nesta manhã de quinta-feira (24), em baixo dos escombros da Farmácia Pague Menos, localizada na Avenida Getúlio Vargas, em Camaçari, região metropolitana de Salvador. O incêndio que aconteceu na tarde desta quarta-feira (23), foi uma “tragédia anunciada”, segundo disse o mestre de obras José Vieira de Matos, pai de uma funcionária do local que ficou ferida no acidente.O total de seis mortos contabilizados pelo major Lanusse Araújo, subiu para nove, após novas buscas entre os escombros da farmácia nesta quinta.

“Essa foi uma tragédia anunciada. A minha filha me disse que a obra estava ocorrendo dessa forma e eu disse para ela que como estavam trabalhando com solda aquilo era um barril de pólvora, por conta do material de PVC. Pedi que ela trabalhasse nos caixas da frente, para que se tivesse qualquer coisa ela corresse”, conta ele, que acompanha a filha Cristiane da Silva Matos, 30 anos, no Hospital Geral de Camaçari (HGC).

Matos conta que há um mês ele foi consultado para fazer a reforma que acontecia hoje em um mezanino da farmácia. A obra é de manutenção e, segundo ele, envolvia a estrutura do prédio. Ele afirmou que disse aos responsáveis que só iria fazer a obra na condição de o local estar fechado, e somente com seus funcionários que estivessem trabalhando diretamente no serviço. “Era perigoso”, diz. Outra pessoa foi contratada e a obra começou, com os funcionários e clientes no andar de baixo normalmente.

De acordo com publicação do Correio, Matos ficou incomodado com o andamento da obra e foi na segunda-feira (21), na Defesa Civil de Camaçari para denunciar a situação. Ele disse ainda que no momento não havia um engenheiro para completar seu protocolo, mas que os dados foram anotados e ele foi informado de que o procedimento teria continuidade. A assessoria da Prefeitura de Camaçari ainda não confirmou o recebimento da denúncia.

O motorista Sebastião Pereira Ramos, 65 anos, conta que foi na farmácia hoje por volta das 10h30 e percebeu que havia algo errado. Segundo ele, o local estava cheio, com cerca de 30 pessoas na fila. Quando ele foi pagar sua compra, notou algo estranho. “A gerente da farmácia estava puxando as pessoas para se afastarem da região do fundo, porque estava caindo pingos de fogo da solda no chão. Cheguei a sinalizar que aquilo era perigo. Porque a farmácia não estava fechada?”, questiona.

 

0 0 votos
Article Rating