Traçar um panorama completo sobre a exploração sexual comercial no mundo, revelando não apenas os perigos e a complexidade que envolvem esse tema, mas sua ligação essencial com o crime organizado, é o objetivo do primeiro Relatório Mundial sobre a Exploração Sexual, desenvolvido pela Fondation Scelles francesa.
O relatório também sugere respostas e ações e alerta para uma certa 'glamourização' do problema: a exploração sexual não teria nada a ver com o 'direito' de dispor livremente do seu corpo, nem com o 'direito' à livre manifestação da sexualidade. "Nas mãos de uma criminalidade perigosa, dominada por uma violência sem precedentes, violência física, sexual, psicológica, social … a prostituição é um atentado à integridade do ser humano e uma escandalosa exploração de situações de vulnerabilidade".
Alguns dados do relatório, que será lançado até fevereiro, foram divulgados pelo Le Figaro.
Segundo o jornal francês, no mundo todo, entre 40 e 42 milhões de pessoas se prostituem. A imensa maioria dessas pessoas são mulheres, 75% têm entre 13 e 25 anos e nove em cada dez são agenciadas por um cafetão. Na Europa, a prostituição envolve 1 a 2 milhões de pessoas, a maioria são imigrantes, 'vítimas do tráfico de seres humanos'. Só na França, cerca de trinta redes criminosas relacionadas à exploração sexual são desmanteladas por ano.
Uma das questões apontadas pelo relatório é que o problema se agrava durante os grande eventos esportivos que movimentam milhões de pessoas.
Na Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, a instalação de "centros de sexo" perto de estádios, autorizada pelas autoridades, causou uma polêmica, diz o relatório. Outros casos, como os Jogos Olímpicos de Vancouver e a Copa do Mundo de Futebol na África do Sul intensificaram a movimentaram a oferta da exploração sexual naqueles países. Competições de Fórmula 1 não ficam de fora. Mas entre todos os eventos esportivos internacionais, o futebol e os jogos olímpicos são os grandes palcos planetários da exploração sexual.