No último domingo (6) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) anunciou que o número de praias atingidas por manchas de óleo no litoral nordestino aumentou para 132. A Bahia era o único estado do Nordeste que ainda não havia sido afetada pelo problema, entretanto, na última quinta-feira (3) essa realidade tomou novos rumos. As localidades do Conde e Jandaíra (praia de Mangue Seco) apresentaram manchas com as mesmas características das que foram encontradas nos demais estados nordestinos.

Em conversa com a repórter Dani Oliveira na segunda edição do programa Bahia No Ar, transmitido pela rádio Sucesso e apresentado pelo radialista Roque Santos, o coordenador da Defesa Civil de Camaçari, Ivanaldo Soares, destacou que, até o momento, nenhum registro foi efetuado na Costa municipal.

“A mancha não chegou em Camaçari ainda, pelo menos a gente não tem nenhum relato. Mas, a Defesa Civil, junto com a Prefeitura de Camaçari, preocupadas em ver o andamento de perto, efetuou visitas na região do Conde para verificar a situação”, disse.

Ivanaldo ainda reforçou sobre as características das manchas encontradas que, inclusive já haviam sido divulgadas pelo Ibama.

“Sabemos que se trata de petróleo cru, mas que ele não é um petróleo brasileiro e nesse sentido foi feito coletas por parte da UFBA [Universidade Federal da Bahia]”, complementa.

Questionado sobre as medidas que estão sendo tomadas, caso as manchas cheguem à Costa de Camaçari, Ivanaldo enfatizou que a Defesa Civil, bem como a Prefeitura de Camaçari seguem mantendo contato com o Ibama e a Petrobras; eles até já marcaram uma nova visita à região do Conde, recentemente afetada.

“A gente segue monitorando para que não chegue a nossa Costa de Camaçari. Sabe-se que essa mancha é tóxica ela tem matado tartarugas e alguns peixes em outros litorais, como em Sergipe, a preocupação é se essa mancha vai terminar no Conde ou se ela vai se estender até a nossa costa, por esse motivo, estamos monitorando e conversando com os órgãos ambientais. Vamos novamente no Conde para ver se foi montado alguma barreira, conversar com o Ibama que está lá, conversar também com a Petrobras para saber qual é o plano que eles vão estar junto com a gente para que seja executado, caso apareçam [as manchas]. Pensamos também em realizar até mesmo um plano preventivo para que a gente possa prevenir que essa mancha chegue a nossa Costa. A gente tem manguezais, temos as tartarugas. Mata de São João também está mobilizada, no caso da desova [momento em que os peixes e outros organismos aquáticos libertam para a água os óvulos e os espermatozoides que vão conjugar para dar origem à sua descendência], eles estão retendo os filhote. No mais, vamos forçar os órgãos que direcionem o projeto emergencial para que a gente possa implantar aqui em Camaçari”, explica.

Por fim, Ivanaldo alerta que caso algum pescador, ou mesmo os banhistas, encontrem alguma suspeita, entrem em contato através do número 199.

“Toda Costa de Camaçari está em alerta. Se chegar [alguma irregularidade] avisar ao 199 que nós vamos contactar com os órgãos ambientais, inclusive com a UFBA”, finaliza.

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