De acordo com o centro de monitoramento ligado ao Ibama, o relatório utilizado pela Polícia Federal (PF) para apontar um navio grego como responsável pela origem do vazamento de óleo que atingiu praias do litoral brasileiro acabou registrando, na verdade, manchas de clorofila.

A empresa especializada HEX Tecxnologia, foi a responsável pela execução do estudo. Segundo Pedro Bignelli, coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), a companhia teria procurado o Ibama em outubro, para apresentar o relatório, algumas semanas após o aparecimentos das primeiras manchas. Inclusive, Bignelli também destacou que a empresa já havia apresentando o estudo ao instituto federal que trata do meio ambiente. Porém, o Ibama rejeitou o parecer após o próprio coordenador-geral detectar problemas no documento.

No mês seguinte, especificamente no dia 1º de novembro, o mesmo relatório foi usado pela PF para deflagrar a Operação Mácula, que apontou o petroleiro grego Bouboulina como o principal suspeito pela origem do óleo que vazado.

“Após a operação eu tive acesso ao relatório completo e fiz o caminho inverso: fui buscar as imagens que eles haviam usado e comprovei que meu veredito estava certo. Não era óleo, era clorofila”, pontua Bignelli.

Novos estudos

O Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) está desenvolvendo um novo estudo com o objetivo de localizar a verdadeira origem das manchas de óleo que contaminaram o litoral brasileiro, principalmente algumas regiões do Nordeste.

Agora, os pesquisadores do Inpe mudaram a linha investigativa e passaram a vasculhar regiões a Oeste, mais próximas à África, para ver se encontram possíveis derramamentos de óleo.

Ao G1, Pedro Bignelli, disse que será difícil encontrar uma explicação para o desastre ambiental, pois segundo ele “perdemos o timing”. “Quanto mais passa o tempo, mais difícil encontrar a origem das manchas de óleo”, acrescentou.

Sobre o andamento das investigações, no início de dezembro, o comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, revelou em audiência no Senado que ainda não há provas para identificação do responsável pelo vazamento.

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