As atividades legislativas da Câmara Municipal de Camaçari foram interrompidas na manhã desta terça-feira (22) por dois grupos de manifestantes. Estudantes das escolas públicas da rede municipal, com o apoio de integrantes da União dos Estudantes Secundaristas de Camaçari, exigiam o fim do imbróglio que impede o retorno das aulas, enquanto um grupo de desempregados protestava contra a contratação de mão de obra forasteira pelas empresas do Polo Industrial.

A sessão ordinária ocorria normalmente, com transmissão ao vivo para a população camaçariense pela TV Câmara, quando dezenas de integrantes do movimento Camaçari Livre interromperam as deliberações dos vereadores gritando palavras de ordem e exigindo soluções práticas no combate ao desemprego na cidade. A reação imediata do presidente da Casa Legislativa, Oziel (PSDB), foi solicitar a interrupção temporária da sessão, por cinco minutos.

Neste tempo, os vereadores iniciaram um processo de formação da comissão que iria atender os manifestantes. Muito exaltados, os integrantes do movimento se negaram a ocupar as cadeiras destinadas ao público. A situação ficou ainda mais fora de controle quando um outro grupo, este formado por estudantes, chegou cheio de disposição e vontade de ser ouvido. Foi quando o vereador Oziel anunciou o encerramento dos trabalhos legislativos.

Indiferentes ao fim precoce da sessão, os alunos ocuparam o espaço e gritaram frases de apoio aos professores e pedidos de melhorias nas escolas. Roberta Oliveira, 14 anos, estudante do 9° anos da Escola Municipal Virgínia Reis Tude, listou alguns dos anseios do grupo. “Nosso movimento quer muito mais do que o pagamento do reajuste aos professores para que eles possam retornar para as salas de aula. Nossas escolas precisam de atenção. Estamos sofrendo com ventiladores que não funcionam, com falta de material didático, queremos merenda mais digna e uma estrutura melhor”, revela.

Já o movimento Camaçari Livre, após o encerramento da sessão, se dirigiu ao portão de entrada para impedir a saída dos vereadores. Alex Ferreira, líder do grupo, se mostrou decidido a permanecer no local até que os vereadores se comprometam a acompanhá-los nos protestos que planejam realizar na entrada de empresas do Polo esta semana. “Somos cidadãos de Camaçari. Fomos nós que elegemos cada um deles e agora nós queremos que participem da nossa luta para que as empresas de Camaçari priorizem quem vive na cidade”, diz.

 

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