Na manhã desta terça-feira (20), o delegado Charles Leão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), afirmou que os ex-jornalistas da Record TV Itapoan, Marcelo Castro e Jamerson Oliveira foram indiciados.

Eles vão responder por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Uma terceira pessoa também foi indiciada. O pedido de prisão será feito se houver ameaças contras as testemunhas.

“É uma apuração demorada, mas reforço que o nosso compromisso é somente com a verdade. Já ouvimos 61 pessoas, fora as análises de documentos e a formatação da investigação em si. Há várias pessoas envolvidas, e precisamos estabelecer qual o nível de envolvimento delas. Esse cuidado na prestação da informação é por esse compromisso: para que inocentes não venham a ser responsabilizados”, declarou o delegado, ressaltando que a emissora de TV é tratada como vítima da fraude da qual seus ex-empregados são suspeitos.

Leão afirmou que, embora existam mais pessoas sendo investigadas, já foram coletadas provas suficientes para o indiciamento dos dois jornalistas e da terceira pessoa – um amigo de infância de um deles. O delegado disse ainda que não entende ser necessário, neste momento, a solicitação de prisão preventiva. “Se houver qualquer tipo de obstrução, de interferência ou de ameaça, faço o pedido. Inclusive, neste caso, seria caracterizado outro crime, o de coação no curso do processo. Se alguma das vítimas se sentir ameaçada ou intimidada, pode me procurar na delegacia”, explicou.

O delegado explicou ainda que, em seus depoimentos, os dois jornalistas tentaram imputar à terceira pessoa toda a responsabilidade pelos crimes. De acordo com a alegação da dupla que trabalhava na TV, o terceiro indiciado, sozinho, realizava acordos de divisão de dinheiro com as pessoas que pediam ajuda no programa. As investigações, entretanto, mostram que estas pessoas eram vítimas – e não partícipes – do esquema.

O inquérito que investiga a fraude ainda não foi concluído, mas deve ser remetido em breve ao Ministério Público, a quem cabe decidir ou não pela denúncia dos suspeitos. As investigações prosseguem, com a participação de equipes do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio e do Departamento de Inteligência Policial (DIP).

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