Candidato de chapa única, o atual presidente só espera o final do processo eleitoral para comemorar. Hoje, das 9h às 17h, na sede de praia da Boca do Rio, 323 conselheiros serão responsáveis pelo ‘veredicto’.

Aí vem a pergunta: por qual motivo a oposição não apresentou um candidato para bater chapa com Marcelo Filho? O problema estaria no colégio eleitoral desta eleição.

De acordo com a oposição, a mudança de 58 nomes do Conselho Deliberativo, que aconteceu no mês de outubro, é ilegal. O Bahia justificou as alterações. De acordo com o clube, existiam conselheiros falecidos, outros pediram afastamento, além de alguns inadimplentes por seis meses ou ausentes em reuniões por três vezes seguidas ou cinco alternadas. Assim, como manda o estatuto do clube, os suplentes assumiram as vagas.

Mário Silva Júnior, membro da Revolução Tricolor, grupo de oposição, questiona. “Cobramos a lista e o tempo de associação de cada conselheiro. Caso o clube se negue a fornecer essa informação, vamos procurar a Justiça”, promete.

De fato, esse tipo de medida pode até paralisar a eleição de hoje. Uma outra ação promovida por um sócio do clube em 2010, inclusive, também pode suspender o processo eleitoral a qualquer momento. “O advogado Leonardo Vieira entrou com essa ação cobrando a lista dos sócios. O juiz deu uma liminar favorável e Marcelo Filho paga uma multa diária por causa disso. Soube que o valor já passou de R$48 mil”, completa Mário.

O empresário Fernango Jorge Carneiro, candidato derrotado nas duas últimas eleições, em 2005 e 2008, também faz reivindicações sobre a lista do Conselho. “Não vou legitimar uma eleição dessas. Vou entrar pra perder com 99% dos votos? Essa troca no Conselho é um dos maiores casos de imoralidade que eu já vi”, critica.

Fernando Jorge acusa a gestão atual de mudar os nomes por supostos interesses pessoais. “Todos os conselheiros que foram retirados tinham sido indicados por Paulo Maracajá, que foi afastado do clube por Marcelo Guimarães Filho. Se antes não tínhamos chance, imagine agora”.

DEFESA

O atual presidente garante não estar preocupado com uma possível suspensão da eleição. Segundo ele, todas as mudanças no Conselho foram legais. “Tudo foi baseado no Estatuto do clube. Não há ilegalidade. Se houver alguma ação na Justiça, vamos contrapor e as eleições vão ocorrer naturalmente”, afirma.

Marcelo Filho ainda critica a postura da oposição. “Lamento. Eles deveriam apresentar propostas e discutir o futuro do Bahia. Não fazem isso”.