De acordo com informações do jornal Estado de S. Paulo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, decidiu recuar de um posicionamento que já havia sido prestado por ele mesmo. Moro passou a se opor à federalização das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Por meio de um documento sigiloso, obtido pela reportagem, Sérgio Moro prestigia o entendimento dos familiares de Marielle, que são contrários à transferência do caso. A manifestação da pasta comandada por Moro subsidia o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que se manifestou contra retirar a apuração das mãos das autoridades do Rio.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos a tiros no centro do Rio de Janeiro, há quase dois anos. De lá para cá, o caso segue sem uma solução definitiva.

Na véspera de deixar o cargo, em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a federalização das investigações, sob a alegação de que deixar o inquérito com a Polícia Civil do Rio podia gerar “desvios e simulações”. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não decidiu se aceita o pedido.

Ontem (20), durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Sérgio Moro destacou que as críticas de familiares de Marielle Franco a uma possível federalização do caso o fizeram mudar de posição.

“[Os familiares] Levantaram, de uma forma não muito justa, que a ideia de federalizar era para que o governo federal, de alguma forma, obstruísse as investigações, o que era falso. Foi o próprio governo federal, com a investigação na Polícia Federal, que possibilitou que a investigação tomasse o rumo correto”, afirmou Moro, acrescentando: “O governo não tem nenhuma intenção de proteger os mandantes desse assassinato”.

 

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