Durante entrevista na tarde desta terça-feira, 29, no programa Bahia No Ar, apresentando pelo radialista Roque Santos, o médico Emanuel da Costa Carvalho, que também é vereador na cidade de Lauro de Freitas, comentou a morte da menina Lara de 1 ano e 6 meses, que ocorreu na semana passada após a mesma receber uma medicação no posto de saúde, Nelson Barros.

Na ocasião, o edil explicou que conversou com a mãe da criança para obter detalhes em relação ao atendimento que a menina recebeu e para que pudesse fazer uma avaliação do ocorrido, enquanto profissional de saúde.

O médico afirmou que com base no relato da mãe de Lara, é visível que houve muitos erros durante o procedimento de atendimento a criança. Ele afirmou que o medicamento Plasil que foi ministrado diretamente na veia da criança, sequer junto ao soro, é contra indicada para crianças de até 1 ano e não é recomendado o uso da mesma para pessoas até 18 anos, porque existem riscos de parada cardíaca e morte súbita para o usuário. “Foi estudado e comprovado. Isso não é dito por mim e sim pelo laboratório que tem a patente desse remédio. Não seguiram o protocolo. Se tivessem sido usado, não teriam utilizado esse medicamento. É muito grave um negócio desses”, disse.

Ainda na entrevista, o vereador informou que diversas unidades de saúde, a exemplo do Hospital Menandro de Faria, não utilizam mais esse medicamento, por conta de suas contraindicações. “Essa medicação é antiga, é mais barata, porém ela não é mais tão utilizada, por conta das mortes que já causou”, afirmou.

O edil que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, enfatizou que não está fazendo denúncia infundada, pois tem todo o histórico de uma mãe que perdeu uma filha e acrescentou que é preciso se posicionar, porque outras vidas virão e esse ocorrido não pode passar em branco. Por fim, o parlamentar informou que vai abrir uma sindicância, para ter acesso a todos os documentos relacionados ao atendimento da criança. ” A mãe quer um esclarecimento para a morte da filha dela e nós também queremos”, concluiu.

Em contato com o Bahia No Ar, a Assessoria de Comunicação do  laboratório Sanofi,  fabricante do remédio Plasil, esclareceu que em maio de 2016, a empresa protocolou junto à Anvisa a descontinuação da solução injetável do medicamento Plasil (cloridrato de metoclopramida), e que a partir dessa data deixou de fabricar esta versão do produto, utilizado principalmente no tratamento de enjoos e vômitos de origens diversas. Desta forma, segundo a Sanofi, a medicação aplicada na criança não foi especificamente o Plasil, cujo a patente pertence a empresa citada.

 

 

 

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