Uma adolescente de 14 anos do estado de São Paulo, vítima de estupro pelo marido da avó, enfrentou uma longa jornada para ter direito ao aborto legal. A mãe detectou o problema após perceber o aumento da circunferência abdominal da filha. Ao ser questionada, a menina, que estava na 29ª semana de gestação, afirmou ter sentido uma pressão na barriga, o que a levou a procurar assistência médica.

De acordo com informações, a vítima foi levada para o Hospital da Mulher, em São Paulo, onde passou por exames e recebeu o coquetel de prevenção para casos de violência sexual. Entretanto, foi informada que a unidade não praticava abortos legais após a 20ª semana de gestação. Outras tentativas de obtenção do procedimento em unidades de saúde da capital paulista não foram bem-sucedidas, devido à interrupção dos serviços pela administração municipal.

Diante da urgência do caso e sem opções na cidade, mãe e filha embarcaram em uma longa jornada de ônibus, de dois dias e algumas horas, de São Paulo até Salvador, para a realização do procedimento. Diante das respostas negativas das unidades de atendimento paulistas, a criança foi internada em Salvador na 31ª semana de gestação, onde finalmente conseguiu realizar o aborto legal no Hospital da Mulher.

O caso mostra as dificuldades no acesso ao aborto legal no Brasil, sobretudo para mulheres que sofreram estupro em estágios avançados da gestação. A situação reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e o cumprimento da legislação para proteger as pessoas que sofreram violência sexual. O criminoso permanece foragido.

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