Lágrimas e muita dor marcaram o enterro da menina que morreu depois de ser esquecida no carro do pai nesta quinta-feira (7), em Alagoinhas, a cerca de 120 km de Salvador. Centenas de amigos e familiares da criança, foram dar o último adeus a Izzi Gil de Oliveira.
O caso
A trágica morte da menina nesta quarta-feira (6) abalou toda cidade. Em entrevista à TV Subaé, que é afiliada da TV Bahia na região, o delegado Rafael Almeida, que é titular da Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) da cidade, contou o que o pai falou em depoimento.
De acordo com a versão do pai, ele fazia todos os dias a mesma coisa, almoçava no trabalho, mas nesse dia tinha esquecido a marmita e precisou voltar em casa para fazer a refeição com a família. Ao voltar para o trabalho, ele acabou levando a menina para a escola, a pedido da mãe. Ela era filha única do casal.
“Ele tem um horário de almoço muito pequeno e costumava levar marmita. Ontem, esqueceu a marmita e retornou para almoçar em casa. Nessa ocasião, a mãe pediu para ele aproveitar e deixar a menina na escola”, revelou o delegado.
O delegado deu mais detalhes e explicou que o pai da garota chegou a colocá-la na cadeirinha, na parte de trás do carro, mas a criança dormiu e ele esqueceu que ela estava no veículo. Com o silêncio da menina e a falta de costume de levar ela para escola, ele foi direto para o trabalho e deixou o carro travado na calçada em frente à empresa.
Izzi tinha 4 anos e estava se recuperando de uma gripe. A mãe da criança ligou para escola para saber se a criança estava bem quando foi informada que a menina não tinha ido a aula naquele dia. A mulher procurou o marido, que lembrou da filha. O homem, que tem 40 anos, mas não teve o nome divulgado, chegou a correr até o carro, mas a menina já estava morta.
O SAMU foi acionado, mas ao chegarem no local os médicos constataram a morte da menina. “Infelizmente, quando chegamos ao local, não havia mais o que ser feito. A gente se deparou com a cena triste. Eu pude constatar no local que a criança estava em óbito, inclusive tinha sinais de rigidez na mandíbula, o que denotava pelo menos duas ou três horas que tinha acontecido o óbito”, disse Abraao Melo, socorrista que atendeu a menina.
Segundo o médico, não há um tempo estimado para a sobrevivência, esse fator depende da pessoa, ele explicou que a situação é complicada. A suspeita é de que a menina tenha ficado 3h no carro.
“É difícil falar em tempo, mas, no ambiente em que a criança se encontrava, acreditamos que é muito rápido. Talvez uns 20, 30 minutos para a criança ficar desacordada, e talvez menos de uma hora para ir a óbito”, explicou.
“É um ambiente muito quente. A temperatura é incompatível com a vida, com certeza o clima fez toda diferença”, apontou.