Enquanto a vacina gratuita de 10 a 24 anos, que será disponibilizada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), ainda não chega, já somam 36 mortes na Bahia causadas pela meningite, por meningocócica foram 30, sendo 23 em Salvador e sete no interior.

 A última vítima da doença foi um menino de cinco anos, que morreu no último fim de semana,  em Feira de Santana,  no Hospital Clériston Andrade.

Os dados da criança não foram divulgados pelo hospital nem pela Sesab, que prevê iniciar ainda este mês a vacinação de pessoas de 10 a 24 anos, já que, do total de 89 casos registrados, 48%  são desta faixa etária.

O menino estava internado desde quarta-feira.

Um bebê de dois meses também morreu no Hospital Clériston Andrade com suspeita da doença, mas o diagnóstico ainda não foi confirmado pela Sesab.

Para o infectologista Fernando Badaró, do Hospital Couto Maia, a explicação do maior índice da doença estar concentrado nos jovens é porque “são pessoas que mais frequentam ambientes fechados como shoppings, shows, ônibus.

Se expõem mais do que qualquer pessoa, por exemplo, os idosos, as crianças menores de um ano saem menos”, explicou, mas enfatiza que não existe grupo de risco, qualquer pessoa, de qualquer idade, pode ser infectada.

Badaró afirma que a doença é endêmica, ou seja, acontece durante todo o ano.

Só que neste ano aumentou o número de casos em relação ao passado, mas lembra às pessoas que não há motivo de pânico porque “não estamos em epidemia ou surto em Salvador, nem na Bahia.

Por exemplo, São Paulo tem nível de endemia maior que Salvador”, afirmou.

 

De acordo com o infectologista, a meningite é transmitida  através de gotículas ou secreções da nasofaringe, expelidas ao tossir e falar ou por contato direto com essas secreções, porém  nem sempre é transmitida por quem está doente.

 “Existem pessoas que são portadoras desta bactéria e não estão doentes e podem transmitir.

São os portadores sadios”, revelou.

Neste caso, a própria pessoa não sabe e para o médico descobrir só através de uma cultura, em que recolhe o material (secreções) para a análise.

Segundo o especialista, a doença também pode se apresentar com diarreia e febre, sendo confundida com gastroenterite, por isto qualquer sintoma relacionado com a meningite, “ a pessoa deve  procurar um médico para que seja feita uma avaliação, inclusive deixá-la em observação para confirmação ou não da suspeita”, aconselhou.

Definição – A meningite é uma inflamação da membrana que reveste o cérebro, podendo ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus e fungos.

Nem todas são contagiosas ou transmissíveis.

Ocorre durante todo o ano com predominância nos períodos mais frios.

Das meningites de origem infecciosa, as principais são as causadas por vírus e bactérias, pela magnitude e potencial de produzir surtos.

Dentre as bacterianas destaca-se a doença meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que se subdivide em 12 sorogrupos.

Os sintomas são febre alta e persistente, dor de cabeça forte e constante, náuseas e vômitos em jato, rigidez de nuca ou dor no pescoço.

Manchas vermelhas pequenas ou grandes na pele podem aparecer nos casos de meningococcemia, representando gravidade do caso.

Em recém-nascidos e lactentes, além dos sinais e sintomas citados, observar irritabilidade, choro em excesso, abaulamento da fontanela, dificuldades de movimentar a cabeça, cansaço e falta de apetite.