“Estamos buscarmos ofertas de transportes, mais ofertas de transportes para ter menos pessoas dentro dos ônibus e ter condições de um isolamento, um distanciamento dentro dos ônibus”, a afirmação é da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e foi concedida nesta quinta-feira (16) ao Bahia No Ar, durante o terceiro encontro dos gestores da Região Metropolitana de Salvador (RMS), para tratar do enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19).

Inclusive, na última terça-feira (14), um leitor filmou a situação de um veículo público de Lauro de Freitas, durante a volta do trabalho. Na ocasião, o ônibus estava totalmente lotado, com pessoas em pé e totalmente aglomeradas. Elas utilizavam máscara facial, mas o distanciamento de uma pessoa para outra, recomendado pelos órgãos de saúde, não era possível ser cumprido.

Na reunião da presente data, onde Lauro de Freitas foi a anfitriã, recebendo outros prefeitos da RMS, a exemplo de Camaçari e de Simões Filho, Moema afirmou que as atividades comerciais só serão retomadas gradualmente em consonância com os demais gestores.

“Nós assumimos o compromisso, entre todos os municípios da Região Metropolitana, de que nós só abriremos conjuntamente, todos no mesmo dia, e condicionados à oferta de leitos de UTI, quando atingir setenta e cinco por cento [75%] de ocupação dos leitos”, frisou.

Sobre o processo de unificação dos protocolos econômicos municipais com o Governo da Bahia, ela pontuou: “Desses protocolos, nós faremos uma oficina para tentar unificar o que há de melhor em cada um dos protocolos e garantir um protocolo unificado, com tudo o que foi consenso e aquilo que foi especificidade de cada município. Desde que, as especificidades não causem um transtorno do tipo, abrir uma atividade que tem possibilidade de aglomerar em um município e não abrir no outro, porque isso vai fazer uma migração dos munícipes de um município para o outro”, exlicou.

“Da mesma forma, a gente também quer envolver nas outras discussões o prefeito da capital [ACM Neto]. Não adianta fazer na Região Metropolitana uma ação, se não for uma coisa conjunta com a capital, até porque, os transportes coletivos tem muito haver, na questão da interação com os municípios”, compeltou.

Hospital Metropolitano

Ao falar sobre o Hospital Metropolitano, que em breve será inaugurado e que está situado no município, Gramacho assegurou que a proposta apresentada pelos gestores da RMS ainda está “de pé”, ou seja, de tornar a casa de saúde exclusiva para o atendimento de infectados.

“Nós continuamos reivindicando isso, mas, ainda não temos o aceno positivo do governador [Rui Costa] em relação a isso”, contou.

Na sequência, ela revelou uma preocupação estadual: o aumento do número de óbitos por outras doenças, levando em consideração que a população está apreensiva em procurar as unidades de saúde, em decorrência do risco de contaminação pelo novo coronavírus.

“Ele [Rui] explica que hoje estamos tendo ainda, no estado inteiro, muitas pessoas que estão vindo a óbito sem ser por covid, e por não estarem indo aos hospitais que estão tratando de covid. É improtante que se diga que nos hospitais é feito todo cuidado pra evitar a contaminação também, se não fosse assim nós não teríamos mais profissionais nenhum dentro dos hospitais”, diz.

“É preciso entender que os hospitais estão fazendo a higienização necessária, tantas pessoas estão sendo curadas e tantos profissionais estão também sem ser contaminados. Isso significa que, mesmo que se tenha alguém no hospital com covid, o hospital tem todo cuidado de separar esses pacientes para evitar a contaminação. Portanto, não precisaria ter esse problema que o estado tá passando, de algumas pessoas não irem aos hospitais e acabarem morrendo porque não estão sendo atendidas com leito, por vontade prórpia. Com essa preocupação, o governador quer botar o [Hospital] Metropolitano sem ser exclusivo para covid para ofertar mais vagas para as outras comorbidades, para as outras doenças. Nós [prefeitos da RMS], continuamos achando que deveria fazer da mesma forma que para os outros hospitais, atender as duas questões: a covid e as demais doenças, desde que, garantindo toda a separação e todas as medidas preventivas e de higienização necessárias”, estendeu.

Isolamento social

Por fim, Moema reforçou a importância da população.

“Todos estão buscando fazer a sua parte, todos estão fazendo a sua parte. É importante também que a população faça a parte dela. Os nossos profissionais, de todos os municípios, estão se expondo nas suas atividades, muitas delas nas ruas, para preservar as vidas dos munícipes. Nós estamos vendo as esferas dos governos também se mobilizando, os gestores públicos, os prefeitos, todos estão fazendo tudo o que podem para evitar a contaminação. Os comércios também, dentro das suas especificidades, estão contribuindo. Agora, a população também precisa contribuir. Vamos ficar em casa! Vamos garantir o isolamento social, porque até agora não descobriram outra forma de barrar essa contaminação, ficar em casa é a melhor opção”, finalizou.

Participaram do encontro desta quinta-feira, além de Moema, os prefeitos: de Camaçari, Elinaldo Araújo; de Simões Filho, Diógenes Tolentino (Dinha); de São Sebastião do Passé, Dr. Breno; de Dias d’Àvila, Jussara Márcia; e de Madre de Deus, Jailton Santana. Além da secretária de Saúde de São Francisco do Conde, Eleoniza Falcão (representando o prefeito) e Ramon Saavedra, da Vigilância Epidemiológica do Estado ( representando o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas).

O primeiro encontro dos prefeitos da RMS aconteceu em Camaçari, no dia 2 de julho, e o segundo foi datado em 9 de julho, na cidade de Simões Filho.

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