O quadro é clássico e se repete todos os anos. Nele, Vitória e Bahia dão o sangue no Brasileirão enquanto quase todos os clubes baianos, exceto os que disputam – rapidamente – a Série D nacional, ficam sem atividades e assistem os grandes em ação.
Quis o destino que, em 2013, a história se modificasse por aproximadamente um mês. Eliminada na Copa do Nordeste ao lado do Feirense, a dupla Ba-Vi, até o dia 20 de março, poderá apenas assistir os nove clubes que disputam a fase inicial do Baianão. Nesta quarta-feira, 20, acontece apenas um jogo – Juazeiro x Bahia de Feira. No domingo, ao invés do grande clássico de Salvador, duelos municipais, em Feira de Santana (Bahia de Feira x Fluminense), Juazeiro (Juazeirense x Juazeiro) e Vitória da Conquista (Serrano x Conquista).
Chance de incomodar mais – A precoce queda dos grandes dá moral aos pequenos, que consideram que o fato fará com que Bahia e Vitória cheguem à segunda fase do Estadual em uma pegada inferior a que seria normal se seguissem em atividade no Nordestão. "Podemos tirar proveito, eles vão perder ritmo de jogo. Terão de recomeçar o ano e vamos chegar voando em campo", afirma o meia Raylan, do Tremendão.
Ciel, atacante do Juazeiro, lembra a ironia do momento "É até engraçado, geralmente os times pequenos que são logo eliminados. Nessa época, estaríamos procurando times pra jogar. Agora são eles quem estão de férias forçadas", diz, apontando dois extremos. "A dupla Ba-Vi vacilou. Tinham elenco e condições de fazer melhor. Porém, isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque eles estarão sem ritmo de jogo. Ruim porque poderão se reforçar ainda mais".
Vale lembrar que, dos nove clubes que disputam a primeira fase, apenas cinco vão se juntar aos grandes e ao Feirense na próxima etapa. De quebra, o equilíbrio é latente: a distância do líder Serrano para o penúltimo, o Fluminense, é de apenas três pontos. Por isso, seriedade é fundamental. "Pra mim, a parada deles será boa. Eles (Bahia e Vitória) vão estar treinando e não jogando. Nos classificarmos para enfrentá-los não será nada fácil, mas aí nós teremos ritmo e entrosamento", destaca Uéslei, técnico da Jacuipense.
Melhor escolha – A exemplo de outros jogadores que o Vitória emprestou ao Botafogo para a disputa do Estadual, o zagueiro Alan Henrique vive a curiosa situação de jogar enquanto o Leão, detentor de seus direitos, vive férias forçadas. "A princípio ser emprestado é muito ruim, mas agora a situação é outra. Estou jogando, com ritmo. Só é lembrado quem é visto. Está sendo ótimo ter essa experiência. Hoje, vejo que foi a melhor coisa que fiz", garante o defensor. Fonte: A Tarde