Morreu neste sábado (6), aos 91 anos, o cartunista Ziraldo. Conhecido pelo seu trabalho para o público infanto-juvenil e por ter criado o personagem ‘Menino Maluquinho’, o desenhista faleceu em casa, no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro.
De acordo com a família do artista, que anunciou a notícia ao portal G1, Ziraldo morreu por volta das 15h, enquanto dormia. Ele estava debilitado desde 2018, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Ziraldo Alves Pinto, considerado um dos maiores nomes do gênero de quadrinhos do Brasil e da América Latina, nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG). Seu nome é a mistura de Zezinha e Geraldo, seus pais, já trazendo um tom artístico desde então.
Se formou em Direito, mas nunca exerceu a profissão. O seu amor era pelo desenho e assim o fez, trabalhando em diversos jornais de Minas e de outros locais do país. Nos anos 60, teve a primeira experiência de produzir algo para o público infantil, com a Turma do Pererê, o que fez ser o primeiro produto do gênero feito por um só autor.
No entanto, o seu maior trabalho até então era com crônica política, fazendo ganhar espaço nos periódicos. Com o advento da Ditadura Militar, em 1964, se posicionou como um rebelde e utilizou da arte dos quadrinhos como forma de criticar o regime autoritário.
Com isso, junto com outros colegas de renome, criou o jornal ‘O Pasquim’, que foi um instrumento para debater as ações do regime vigente. Era considerado um veículo ilegal, mas mesmo assim rodada e fazia bastante sucesso. Por conta dessa atuação, após a instauração do Ato Institucional n°5 (AI 5), Ziraldo foi preso e torturado.
Depois de anos, em 1979, o cartunista decide se dedicar aos planos de produzir histórias infantis. No ano seguinte, lança ‘O Menino Maluquinho’, sua maior marca. Um garoto peralta, que gostava de fazer estripulias, virou um personagem favorito para muitas crianças durante várias gerações até então.
Mascotes de futebol
Um fato curioso que poucos conhecem é que no mesmo ano de 1979, Ziraldo criou uma série de mascotes para os times de futebol brasileiros que, muitos deles, ainda são utilizados.
Os mais conhecidos são o galo do Atlético Mineiro e a raposa do Cruzeiro; o mosqueteiro do Corinthians; o urubu do Flamengo e o almirante do Vasco; o saci do Internacional e o mosqueteiro do Grêmio.
No entanto, para nós, há um bastante peculiar que é registrado como figura principal para o futebol baiano: o Super-Homem, do Esporte Clube Bahia. O boneco que até hoje é utilizado pelo clube e sua torcida foi desenhado pelo cartunista, feito especialmente para o Tricolor de Aço.
Ainda não há detalhes sobre o velório e sepultamento do artista, que devem ser divulgados em breve pela assessoria e sua família.