O Brasil não vai cumprir a meta de redução de 75% das mortes maternas até 2030, assumida com entidades internacionais e ainda registrou aumento desse número em 2016.

De acordo com a Folha de S. Paulo, dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que a morte materna caiu 56% desde 1990, teve alta em 2013, voltou a cair em 2015 e voltou a subir em 2016, último ano da medição.

Há 18 anos, o Brasil assinou o compromisso com a ONU, com apoio de 191 países, nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir em 75% as mortes ocorridas durante a gravidez, parto e até 42 dias após o parto, cujas causas estejam relacionadas ou agravadas pela gestação, até 2030.

Conforme a publicação, a meta era se limitar a 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em 2015 a taxa ficou em 62 por 100 mil nascidos vivos (redução de 57%) e, no seguinte, subiu para 64,4. Países como Polônia, Finlândia, Suécia, Áustria e Itália registram entre 3 e 4 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, segundo dados de 2015.

Ao todo, 92% dessas mortes no Brasil são evitáveis e ocorrem por falha no pré-natal ou na assistência ao parto, como hipertensão, hemorragia, infecções e abortos provocados. O MS reviu a meta de 20 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2030 para 30 mortes por 100 mil.

“O alcance dessa meta demandará ações eficientes e eficazes, baseadas em evidências científicas e compromisso dos gestores com políticas públicas que promovam justiça, reduzam as iniquidades em saúde e as desigualdades sociais, incluindo a redução das mortes por abortamento inseguro”, diz nota técnica do Ministério da Saúde.

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