O Ministério Público do Rio de Grande do Sul (MP-RS) qualificou os ex-dirigentes do Inter investigados por suspeitas de desvio de recursos e diversos outros crimes durante a gestão do ex-presidente Vitorio Piffero, nos anos de 2015 e 2016. Na manhã desta quinta-feira, o MP cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão ligadas a ex-dirigentes do clube (confira mais abaixo). Os investigados são o ex-presidente Vitorio Piffero, o ex-vice de Finanças Pedro Affatato, o ex-vice de Administração Alexandre Limeira, o ex-vice de Patrimônio Emídio Marques Ferreira, o ex-vice de futebol Carlos Pellegrini e o ex-vice jurídico Marcelo Domingues de Freitas e Castro.

A investigação apura crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro. As suspeitas se tornaram públicas em 2017, após um relatório de uma auditoria contratada pelo clube apontar indícios de irregularidades nas contas. O MP classificou a atuação  como organização criminosa.

Segundo o MP, as irregularidades englobam desvio de recursos para obras que nunca foram realizadas, superfaturamento de gastos, como a compra de passagens aéreas, e pagamento de propina na contratação de jogadores, além de acordos trabalhistas com jogadores prejudiciais ao clube em favorecimento de terceiros.

“O Inter além de colaborar durante a investigação inteira, o Inter é vítima de todos esses fatos. Estávamos diante de uma organização criminosa. A partir do momento em que o clube tem em todos os braços importantes do clube, o patrimonial, o financeiro, o jurídico e o esportivo, esse tipo de desvio, havia organização criminosa. E a participação do presidente. Não se imagina que cada um dos dirigentes estivesse agindo por conta própria, sem a ciência. Principalmente um presidente que era participante. Participava do futebol, chegou a exercer o cargo na própria gestão. Tinha participação em todas as esferas em que constatamos as fraudes”, disse o promotor Flávio Duarte, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP.

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