A recente alteração feita pelo Facebook no algoritmo da rede social pode favorecer à disseminação de notícias falsas (as chamadas “fake news”), temem especialistas. A mudança privilegia conteúdo de interação pessoal, em detrimento daquele produzido por empresas de notícias.

O coordenador do curso de ciência de dados da Future Law, Alexandre Zavaglia Coelho, afirmou ao Estadão que, além das fake news, a alteração pode contribuir para a criação de bolhas de pensamento, até a diminuição de canais de notícias, tão importantes para a diversidade de pensamento e para a democracia.

“Considerando que boa parte da população já consome notícias pelas redes sociais, programar os algoritmos para privilegiar conteúdo de outros usuários e diminuir a propagação de conteúdo gerado pelo jornalismo profissional pode causar distorções com graves consequências sociais”, destaca.

Eleições 2018 – A advogada especializada em direito eleitoral, Karina Kufa, indica que o momento foi inoportuno para o teste da rede social. “Uma mudança no algoritmo da rede, além de impactar na publicação de fanpages, gera uma grande preocupação para as próximas eleições, já que fake news produzidas e compartilhadas pelos “amigos” terão maior alcance do que as notícias do jornalismo, trazendo uma enorme insegurança à lisura eleitoral”, afirma.

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