Foto: Genilton Vieira / Instituto Oswaldo Cruz Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue

A dengue é uma doença que atinge todos os estados brasileiros. A fim de evitar epidemias, governos estaduais e municipais intensificam campanhas de combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus. Ao mesmo tempo, institutos de pesquisa realizam estudos para a criação de vacinas que previnam a infecção.

No entanto, uma das maiores dificuldades está no tratamento da doença, uma vez que muitas pessoas não sabem que estão com dengue, pois, em muitos casos, a doença é assintomática, ou seja, não apresenta nenhum sintoma.

Segundo a médica infectologista é Dra. Otília Lupi, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, estudos apontam que cerca de 30% das pessoas infectadas não apresentam os sintomas mais comuns – febre alta, dores musculares e nas articulações, desmaios e, nos casos mais graves, hemorragias – ou nenhum sintoma sequer.

– Muita gente tem dengue e não sabe, porque ela, em quase um terço dos casos, é assintomática. Essas pessoas só descobrem que tiveram dengue quando, por exemplo, são infectadas pela segunda vez e desenvolvem a forma mais grave da doença. Nesse exame, elas descobrem que já tiveram dengue, mesmo sem perceber. Isso dificulta muito no controle dessa virose – explica a infectologista.

De acordo com a médica, um paciente com dengue tem que ser acompanhado com atenção diariamente. Para os que apresentarem os sintomas mais comuns da doença, a principal recomendação é a forte hidratação, já que a infecção pelo vírus causa a perda de líquidos dos vasos sanguíneos.

– Partes dos infectados apresenta quadros específicos: uns têm febre alta, outros podem ter dores no corpo. O objetivo do tratamento de um paciente com dengue é impedir que eles evoluam para o tipo grave da doença. A dengue é uma doença traiçoeira, pois ela começa a se agravar na fase em que o sistema imune do paciente entra em ação. Isso pode acontecer justamente quando a febre desaparece, entre o terceiro e o quinto dia de infecção. É importante, portanto, acompanhar com atenção os sinais de aleta e o tratamento é a manutenção do líquido dos vasos – ressalta Otília Lupi.

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